A indústria moveleira no Brasil, de forma geral, apresenta uma característica mais tradicional, com marcenarias e showrooms de caráter familiar, seguindo o mesmo processo produtivo há várias décadas. Contextos econômicos desafiadores exigem maior capacidade competitiva e a inovação na indústria moveleira passa a ser fator decisivo para o seu crescimento.

A chamada indústria 4.0 apresenta o conceito da quarta fase de revolução industrial, a partir do uso funcional da tecnologia e da internet em toda a cadeia produtiva de móveis, possibilitando a indústria inteligente.

De acordo com Romeu Rodrigues Pereira, professor mestre do curso de especialização em design de móveis, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), para promover inovação é necessário: “quebrar paradigmas, modificar a mentalidade, treinar o seu olhar para além da visão corriqueira, pensar além do convencional e buscar soluções compartilhadas!”.

Veja, a seguir, como estabelecer parcerias é importante para diminuir custos e acelerar a inovação na indústria moveleira!

O que é inovação na indústria moveleira?

A inovação é um processo criativo que gera soluções mais eficazes e eficientes para a indústria, sendo diferente do conceito de invenção, que é, basicamente, a criação de algo totalmente inédito. Dessa forma, nem toda invenção é uma inovação!

A inovação na indústria moveleira deve conduzir a empresa ao sucesso, a partir da conquista de novos mercados e consumidores, aumento da lucratividade e do valor percebido pelos clientes.

O professor esclarece que a inovação deve fazer parte dos valores da empresa, sendo estimulado em todos os setores: “A busca por soluções criativas e estratégicas tem que ser uma busca de todos os setores: compras, finanças, pessoal, produção, DESIGN. Somente haverá resultado positivo se houver um esforço concentrado de todos na busca de soluções inovadoras. Talvez por isso alguns não tenham sucesso, pois trabalham separadamente.”

A inovação na indústria moveleira pode ser promovida a partir de conceitos de sustentabilidade; da modernização tecnológica do maquinário de produção; do uso de softwares que melhorem a comunicação entre os setores de criação e execução; uso de matéria-prima e acabamentos certificados ambientalmente; formas e ferragens que melhorem a estética e a funcionalidade dos móveis.

Parcerias: a melhor forma de gerar inovação na indústria moveleira

Novos modelos estratégicos de crescimento devem ser desenvolvidos, pois o tradicional, que trouxe a indústria ao contexto atual, tende a não promover maiores evoluções. A inovação na indústria moveleira implica em produzir mais e melhor, surgindo a necessidade de contar com pessoal criativo e qualificado para esse fim.

Pereira sugere a seguinte parceria: “a indústria moveleira detém o conhecimento do mercado, das demandas e dos processos produtivos. As universidades, por meio do seu corpo científico, detêm a capacidade de criação de ferramentas, métodos e sistemas avaliativos. O que seria necessário é a criação de uma parceria multidisciplinar indústria/academia, para juntos desenvolverem novos produtos, serviços e processos produtivos.”

Investir em um setor de P&D (pesquisa e desenvolvimento) pode ser oneroso para a indústria moveleira, e, como solução, a parceria com universidades e startups é uma escolha promissora. Dependendo dos termos de parceria, a universidade pode promover cursos de capacitação para a indústria, assim como esta pode proporcionar a inserção dos alunos no mercado de trabalho. Muitas startups podem ser encontradas dentro do ambiente universitário!

O design é fundamental para gerar valor ao longo de toda a cadeia produtiva, uma vez que propicia o uso de métodos e habilidades criativas para alcançar resultados práticos e objetivos.

Romeu enfatiza que a Escola de Design da UEMG apresenta um vasto histórico de parcerias de sucesso com a indústria moveleira, a partir de estudos desenvolvidos pelo Laboratório de Ensaios, Modelagem e Prototipagem (LEMP) em conjunto com o Centro Design Empresa (CDE), que também atua como incubadora de empresas e negócios de design.