Precificar produtos é um assunto que tira o sono de qualquer empreendedor, inclusive daqueles que trabalham com móveis sob medida. É preciso gerar faturamento sem descuidar da atratividade de custo para o cliente. Encontrar esse equilíbrio pode ser um desafio.

“O importante é o empresário agregar valor ao seu produto, aumento a lucratividade da empresa, ou seja, em uma demanda de mercado de massa, eu tenho que vender muito para ter um resultado esperado, já com personalização e móveis sob medida, talvez se venda menos, porém o ganho potencial é bem maior”, explica o consultor do Sebrae-SP, Davi Jeronimo.

Desse modo, é fundamental encontrar formas de agregar valor às peças. Isso pode envolver um atendimento de alto nível, uma entrega mais rápida, o uso de matéria-prima ou acabamento diferenciado, entre outras estratégias. Com isso, consegue-se estabelecer uma melhor relação entre preço (o que o cliente paga) e valor (o que ele recebe).

Entretanto, para precificar produtos, também é importante analisar o mercado. Ou seja, descobrir como é a tabela da concorrência e quanto o cliente está disposto a pagar por um produto de valor agregado. 

Precificar produtos: comece levantando seus custos operacionais

Inicialmente, é preciso saber quanto você gasta para manter seu negócio em funcionamento, pois o grande risco ao adotar uma política de preços baixos é ter um faturamento insuficiente para cobrir suas despesas.

Para isso, é importante considerar todos os gastos da empresa. Isso inclui fornecedores, aluguel, combustível, folha de pagamento de funcionários, faxina, água, luz, telefone, desgaste do maquinário, manutenção de máquinas, aquisição de ferramentas e impostos.

Defina uma margem de lucro

Podemos definir lucro como a diferença entre o faturamento gerado pelas vendas e os custos de produção. Se seu negócio rende apenas o suficiente para se manter aberto, sem gerar lucro, é hora de rever sua estratégia ao precificar produtos.

Cabe ressaltar que preços muito altos não vão atrair alguns segmentos de clientes, mesmo que a qualidade da peça seja alta. Desse modo, pode ser melhor trabalhar com uma margem de lucro entre 20% e 30%, por exemplo. Entretanto, esse percentual é particular de cada marcenaria e deve levar em consideração seu plano de negócios. O ideal é buscar o equilíbrio e atingir uma rentabilidade que lhe permita crescer sem praticar preços abusivos.

Métodos para precificar produtos

Em meio a um mercado extremamente competitivo, estabelecer alguns métodos para precificar os produtos e buscar o melhor preço aliado à margem de lucro mais adequada é fundamental.

De acordo com o consultor do Sebrae, a técnica mais utilizada para isso é a markup.

“Primeiramente, fazemos a ficha técnica do produto com custo da mão de obra, matéria-prima entre outros itens usados na composição unitária. Depois, achamos o percentual analisando as despesas variáveis ao faturamento, que são impostos, comissões e fretes, e as fixas, que são os gastos para manter a empresa em funcionamento. O valor total das despesas fixas, dividido pelo faturamento resulta no percentual”, explica o especialista.

A fórmula utilizada nesse caso prevê a soma do custo com matéria-prima com a mão de obra direta e ainda o custo interno de fabricação. Cabe ressaltar que o custo total, nessa situação, poderá ser dividido entre demanda, ou horas para entrar no custo do produto.

Além dessa forma de precificar produtos, há outras possibilidades, tais como:

  • Margem sobre o custo: consiste em acrescentar uma porcentagem sobre o custo.
  • Lucro-alvo: para esse tipo de cálculo, que visa lucro de um percentual determinado pelo empresário, é importante conhecer muito bem todos os custos operacionais a fim de não cair em armadilhas que acabem prejudicando as vendas.
  • Valor percebido: colocar o preço de acordo com as expectativas do consumidor. Nesse caso, o conhecimento em relação ao que pensa o consumidor e o que ele espera do produto ou serviço é essencial para determinar seu preço e valor.
  • Relacionado à concorrência: esse método consiste em utilizar o preço da concorrência como referência. O modelo é eficaz, entretanto, para utilizá-lo, é necessário conhecer a eficiência da própria produção, pois se o concorrente produzir por um custo menor, além do fato de que ele ganhará mais, corre-se o risco de ser eliminado do mercado.
  • Preço fechado: para utilizar esse método, é preciso que os cálculos feitos no estudo de viabilidade sejam exatos e confirmados na prática.

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