A gestão de projetos empresariais está mudando de forma rápida e significativa, uma vez que os colaboradores passam a desenvolver suas atividades dentro de seus lares, devido à necessidade de isolamento social. É necessário que os líderes aprendam a gerir de forma remota, tendo como base a comunicação assíncrona, documentada e compartilhada.

Rafael Villega, diretor da Projeta – Inteligência em Projetos, enfatiza: “O maior desafio enfrentado pelos líderes de equipes remotas é a comunicação! Em times presenciais, muitas vezes, é só levantar e ir à mesa do colaborador, comunicando-se por meio da fala, da expressão corporal e assim os ruídos são menores. O trabalho remoto exige adequação dessa comunicação e os líderes têm papel fundamental nesse processo.”

O trabalho realizado em casa, como o visto atualmente (de forma improvisada), não é considerado trabalho remoto. Este é menos sobre onde se realiza o trabalho e mais sobre a experiência de trabalho, sobre a forma como ele é desenvolvido (modelo flexível, digital e dinâmico).

Acompanhe e descubra como seu escritório de arquitetura e/ou design pode desenvolver a gestão de projetos, com excelência, a partir do conceito de trabalho remoto.

Gestão de projetos: o que é trabalho remoto?

O principal desafio identificado durante a transição do trabalho presencial para o remoto é desconstruir a ideia de que a produtividade está diretamente ligada à supervisão constante, de forma opressiva e punitiva.

A maioria das pessoas associa o trabalho remoto ao que é desenvolvido a partir da residência dos colaboradores, mas o conceito é bem mais amplo, e considera colaboradores e ambientes institucionais que apresentam as seguintes características:

  • Autogestão do tempo: geralmente não há um horário fixo a ser cumprido pelos colaboradores, mas as tarefas devem ser entregues dentro dos prazos acordados. É possível trabalhar de casa, de um coworking ou do quarto de um hotel, por exemplo;
  • Trabalho em grupo: espírito colaborativo é essencial para que a comunicação assíncrona flua de forma satisfatória;
  • Organização e clareza para documentar as atividades: todos os colaboradores são responsáveis por todas as etapas de desenvolvimento do projeto, mesmo que não atuem diretamente.
  • Autoconhecimento e maturidade: as lideranças remotas são mais facilitadoras, orientando todo o processo, do que supervisores pedagogicamente repressivos. Assim, elas buscam colaboradores criativos que saibam agir de forma assertiva, a favor do desenvolvimento dos projetos. A busca de conhecimento, de forma constante, é essencial para enfrentar contextos cada vez mais voláteis.

O trabalho remoto deve ser parte da cultura institucional, se apresentando como o modelo padrão de trabalho. O trabalho híbrido (alguns trabalhadores remotos e outros presenciais) é um erro, pois gera exclusão dos que são remotos, por não terem acesso às mesmas informações que os colaboradores presenciais.

Rafael Villega alerta: “Colaboradores experientes, em temos de metodologias ágeis, apresentam uma mentalidade mais colaborativa e aberta às mudanças, priorizando a satisfação dos clientes e stakeholders. São mais maduros, abertos a dar e receber feedbacks e assim auxiliam a consolidação da Indústria 4.0!”

A comunicação assíncrona ocorre quando as pessoas entram em contato, umas com as outras, à medida que têm disponibilidade de tempo para isso. Não é uma comunicação instantânea, que monopoliza o tempo dos colaboradores e os impede de produzir de forma saudável. Algumas das plataformas digitais e assíncronas mais comuns são Miro, Notion, Coda e Outline.

Gestão de projetos: conheça as metodologias ágeis!

Metodologias ágeis são práticas de gerenciamento em ciclos curtos (ágeis), que facilitam a descoberta de soluções para cenários complexos. É um modelo de gestão de projetos mais adaptável às constantes mudanças do mercado e da sociedade. Aplicar metodologias ágeis é essencial para qualquer negócio que pretende superar momentos desafiadores, como o gerado pela pandemia.

Villega finaliza sobre as principais metodologias ágeis: “Scrum é o framework (estrutura) mais conhecido, atualmente, para aplicação de um método ágil de gestão. Há também: Scaled Agile Framework (SAFe), Feature Driven-Development (FDD), Crystal, eXtreme Programming (XP), dentre outros. Apesar das particularidades de cada um, todos buscam a mudança da mentalidade sobre gestão de projetos, a partir da maior interação entre os indivíduos, de forma colaborativa. O objetivo é reduzir processos, burocracias e o uso de ferramentas desnecessárias”.