Projetar móveis para home office se tornou frequente em 2020, devido à necessidade de isolamento social. Nesse cenário, considerar características ergonômicas ao projetar é essencial para manutenção da saúde física e psicológica dos moradores, que, agora, também fazem da sua casa seu local de trabalho.

Descubra, a seguir, maiores detalhes sobre o que deve ser considerado ao projetar móveis para home office.

Projetar móveis para home office: considerações ergonômicas

Henrique Hoffman, arquiteto e diretor do escritório Painel Arquitetos Associados, esclarece: “É fundamental prezar pelo conforto do usuário, pois qualquer tipo de incômodo, mesmo que inconsciente, diminui o rendimento do trabalho a ser desenvolvido. Deve-se estar atento às dimensões de altura, largura e comprimento de cada móvel e à relação desses com os outros mobiliários que compõem o ambiente.”

A NR17 é uma norma regulamentadora que dispõe sobre o mobiliário a ser utilizado em ambientes de trabalho, nos quais as pessoas permanecem longos períodos sentadas. Ao projetar móveis para home office é, necessário que o arquiteto ou designer de interiores tenhas domínio sobre essa norma.

NR17 – Características do mobiliário

  • Superfície da mesa (área de trabalho): deve ser regulável em altura, com possibilidade de variação mínima de 13 cm, permitindo que o usuário faça o uso da mesma apoiando seus pés no piso;
  • Área livre para as pernas: o espaço sob a superfície de trabalho deve apresentar profundidade, livre, mínima de 45 cm ao nível dos joelhos e de 70 cm ao nível dos pés;
  • Mesa de trabalho: deve apresentar bordas arredondadas. Quando não é utilizada como apoio para material de consulta, deve ter profundidade mínima de 75 cm e largura de 90 cm. “É interessante que o acabamento da mesa seja liso, proporcionando melhor experiência de escrita e apoio dos equipamentos necessários. O acabamento também deve facilitar a limpeza!”, indica Hoffman.
  • Monitor de vídeo e teclado: devem ser apoiados em superfícies com mecanismos de regulagem independentes. Caso o monitor apresente regulagem própria (de no mínimo 26 cm, na vertical), a superfície pode apresentar sistema de regulagem único.

De acordo com Hoffman, “ao projetar móveis para home office, deve-se conhecer o tipo de uso que será promovido pelo usuário, assim como conhecer a localização do espaço e suas características (tempo muito úmido, presença de maresia). O acabamento deve unir conforto e alta durabilidade, sendo interessante um material com boa resistência térmica também (que não esquenta demais e não esfria demais).”

NR17 – Característica dos assentos

  • Assento da cadeira: A borda frontal do assento deve ser arredondada e apresentar profundidade entre 38 e 46 cm. A altura do assento deve ser ajustável, em relação ao piso, com uma variação entre 37 e 50 cm, de forma a atender as necessidades da maioria dos usuários. O revestimento deve permitir a perspiração.
  • Encosto da cadeira: ajustável em altura e em sentido ântero-posterior (para frente e para trás), com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
  • Apoio de braços: regulável entre 20 e 25 cm, a partir do assento, e sua altura não deve interferir no movimento de aproximação da cadeira em relação à mesa.
  • Base da Cadeira: o assento deve estar apoiado sobre cinco pés, em rodízio (rodas), com resistência suficiente para evitar deslocamentos involuntários e que não comprometa a estabilidade do assento.

É necessário, também, pensar a disposição do projeto no espaço como etapa da atividade de projetar móveis para home office, tornando o ambiente mais profissional, com pouco barulho e com acesso restrito aos demais moradores da casa.

“O layout do home office deve favorecer a privacidade do trabalhador. É recomendável que o computador e a mesa estejam voltados para uma parede sóbria (de preferência branca), a uma distância entre 1,0m e 1,5m (para que a câmera capte apenas a imagem do trabalhador). A decoração do fundo pode ser especificada caso a caso, de acordo com a mensagem que o interlocutor deseja passar.”