Muito se discute sobre as possíveis transformações no mundo pós-pandemia. A verdade, porém, é que o “novo normal” já começou e veio mesmo para ficar. Já que mesmo quando nossa rotina social retornar ou voltar a se aproximar da “velha normalidade”, serão os comportamentos adotados durante este período que determinarão os rumos do viver a partir de agora, causando mudanças permanentes na forma como consumimos, socializamos, trabalhamos e, claro, moramos, entre tantos outros pontos.
Dessa maneira, quando falamos em tendências de design para móveis e interiores atualmente, muito mais do que previsões para o futuro, devemos buscar por soluções para atendermos hoje às novas demandas que já surgem todos os dias. Isso porque, o momento em que vivemos culminou na aceleração de tendências fazendo com que muitos dos movimentos que vinham em ascensão para os próximos anos, encontrassem-se de uma só vez em 2020 – como uma resposta às situações nada agradáveis, tampouco esperadas, que nos obrigaram a passar a maior parte de nosso tempo e a fazermos praticamente tudo dentro de casa.
Nesse cenário, um dos pontos que mais causaram impacto em nosso dia a dia foi, com certeza, a chegada definitiva do home office. Há muito tempo falamos sobre trabalho remoto, nomadismo digital, globalização dos negócios e a necessidade de pensarmos em espaços e móveis cada vez mais híbridos – dos escritórios aos aeroportos, passando por cafeterias e, claro, nossos lares. A diferença agora é que o que era uma tendência, tornou-se uma realidade, com 74% das empresas no Brasil dizendo que deverão adotar o home office de forma definitiva em suas rotinas organizacionais, de acordo com pesquisa realizada pela Cushman & Wakefield.
Se a adaptação de espaços e objetos vinha funcionando até o momento, sendo preciso apenas adicionar um laptop e uma luminária à mesa de jantar para transformá-la em uma estação de trabalho, por exemplo. Depois de tantos meses trabalhando em casa e se expondo ao mesmo ambiente, essas adaptações que antes pareciam simples, práticas e suficientes, tornaram-se um problema para essas mesmas pessoas, que passaram a enfrentar questões como falta de privacidade e de ergonomia, bem como cansaço visual e estafa emocional.
O desafio para os fabricantes de móveis a partir de agora, portanto, será criar móveis residenciais que atendam às demandas corporativas e suas necessidades funcionais, mas sem que se perca em design. Ou seja, o mobiliário voltado ao trabalho deverá conversar com a decoração dos espaços, contando e fazendo parte da história da casa. Rompendo, assim, com a estética conservadora, ao ir muito além da sobriedade na escolha de materiais e das formas frias com que geralmente esses móveis se apresentavam no mercado popular.
Claro, todas essas são observações bastante simples e em linhas gerais. E é justamente por isso que essa coluna não para por aqui. Ao longo dos meses nos aprofundaremos em mares nunca antes navegados ao falarmos sobre movimentos e tendências de design para o “novo morar”. Afinal, a casa nunca esteve tão em evidência, colocando o setor moveleiro como um dos mais determinantes nessa reconstrução do viver. Continue nos acompanhando por aqui e na Plataforma Setor Moveleiro!