Estima-se que até 2050 a população mundial cresça em 3 bilhões. Esse número acende um alerta: se as grandes indústrias não se comprometerem a mudar sua conduta pensando mais no meio ambiente, o planeta Terra será sobrecarregado de forma irreversível.

Dessa forma, as novas tecnologias, especialmente as que envolvem automação, podem ser grandes aliadas da sustentabilidade dentro das indústrias.

Até 2030, por meio da implementação de soluções tecnológicas nos setores com maior intensidade de CO2, é possível que as emissões sejam reduzidas em 10,4 a 13,3 megatoneladas, ou seja, cerca de 10% do total de emissões belgas.

Além disso, a implementação da inteligência artificial, da Internet das coisas (IoT), da robótica e da automação nos processos industriais aumenta a eficiência, a qualidade e a flexibilidade das produções, podendo reduzir consideravelmente o impacto ambiental das empresas. 

“A tecnologia pode promover mais sustentabilidade nas indústrias moveleiras de várias maneiras. Por exemplo, o uso de um software de gestão de manutenção pode ajudar a monitorar e otimizar o uso de recursos, reduzindo o desperdício”, explica Gabriel Pavão, Co-founder e Head of Partnerships da Fracttal Brasil.

“Além disso, os sensores e dispositivos IoT podem fornecer dados em tempo real sobre o desempenho e a eficiência das máquinas, permitindo ajustes proativos para melhorar a sustentabilidade nas indústrias.”

Automação e sustentabilidade

Segundo Gabriel, um dos pontos principais que devem ser considerados pelos empreendedores que desejam estimular a sustentabilidade dentro de suas indústrias é a aplicação da automação nos processos. Isso é, utilizar tecnologias como IA e machine learning, para gerenciarem processos e tomarem decisões que normalmente requerem intervenção humana.

“Isso pode aumentar a eficiência das empresas, reduzir erros e liberar os trabalhadores para se concentrarem em tarefas mais estratégicas”, pontua. 

O consultor empresarial Anderson Rios também acredita que hoje é impossível desassociar automação de sustentabilidade dentro das indústrias. Para ele, apesar da economia de recursos naturais ser uma tarefa árdua, ela traz excelentes resultados.

E o primeiro passo para conseguir reduzir os desperdícios é a otimização de materiais que pode ser promovida através do uso de softwares de design e corte para maximizar o uso de cada peça de material. “Ferramentas como UPPmob podem ajudar nesse processo. A escolha de materiais sustentáveis também é crucial, especialmente os certificados, como madeira de reflorestamento ou MDF ecológico, que possuem menor impacto ambiental e agregam valor ao produto final”, pontua Anderson. 

Ainda de acordo com ele, implementar processos de produção eficientes, como técnicas de manufatura enxuta (metodologia M.A.R.C.), também ajuda a reduzir o desperdício e aumentar a eficiência operacional.

“Outro ponto que deve ser incentivado dentro das empresas é a reciclagem e a reutilização de materiais. É importante estabelecer processos para reciclar sobras de materiais e reutilizar componentes sempre que possível, além de promover a coleta seletiva e a destinação correta dos resíduos.”

Para Anderson, investir em eficiência energética também é fundamental. “A melhor maneira de fazer isso é utilizando equipamentos e tecnologias eficientes em termos de consumo energético, como iluminação LED e máquinas com baixo consumo de energia”, aconselha o consultor, acrescentando que é importante considerar o uso de fontes de energia renováveis, como paineis solares. 

O céu é o limite no mundo da automação

No caso da indústria moveleira, há diversos processos que podem ser automatizados. Por exemplo, a automação do controle de qualidade pode reduzir o desperdício, enquanto a automação da logística pode otimizar o transporte e reduzir as emissões de carbono.

“Além disso, o uso mais eficiente dos recursos naturais também pode ser promovido através do monitoramento em tempo real do seu consumo utilizando sensores e dispositivos IoT”, observa Gabriel Pavão. “Outra tecnologia que ajuda muito nesse aspecto é a análise de dados que identifica padrões e tendências e também otimiza o uso de recursos”.

Anderson Rios vai além e acredita que não há nenhum processo dentro da indústria moveleira que não possa ser automatizado e isso vai desde o atendimento ao cliente até as entregas finais.

“Por exemplo, quando você automatiza o atendimento ao cliente nas redes sociais você potencializa o tempo da sua equipe, o que possibilita ter um desempenho melhor com o menor número de pessoas para desempenhar aquela função. Já quando você automatiza a negociação, você diminui a necessidade de deslocamentos para ir até a obra e você diminui o tempo de espera do cliente pelo orçamento.”

De acordo com ele, também é possível automatizar o chão de fábrica otimizando o espaço físico, dobrando, triplicando ou até mesmo quadruplicando a sua capacidade de produção sem a necessidade de aumentar o ambiente.

“Podemos automatizar a montagem dos móveis seja dentro da fábrica ou da marcenaria, implantando sistemas de leitores de código de barras para evitar perdas de peças ou retrabalhos, como nas montagens externas, eliminando o uso de projetos impressos e adotando sistemas de visualização de móveis com realidade aumentada”, finaliza Anderson.

Ainda sobre a sustentabilidade na indústria moveleira, conheça as principais práticas de reciclagem do setor.