“Técnicas manuais, com trabalhos que utilizam pouco maquinário automático ou eletrônico”, assim Luana Hazine, artesã e marceneira, descreve a marcenaria artesanal.

Ou seja, o conceito é totalmente o inverso da marcenaria industrial ou convencional, que consiste em uma produção em escala, automatizada e/ou com o uso de ferramentas eletrônicas.

Quando questionada sobre os diferenciais da marcenaria artesanal, em relação às empresas convencionais, Luana explica que se existe um artista ou artesão por trás da ideia, conceito ou execução do trabalho, com técnicas majoritariamente manuais, a marcenaria é considerada artesanal. “Isso, mesmo que tenham algumas ferramentas elétricas envolvidas”, destaca.

Já as produções em massa, mesmo tendo um artesão responsável por assinar a respectiva linha, mas com uma equipe que utilizará suas ferramentas para reproduzir a ideia de maneira padronizada e em escala, são típicas de uma marcenaria industrial.

Equipamentos e ferramentas da marcenaria artesanal

Com relação aos equipamentos, a marcenaria artesanal utiliza todo tipo de ferramenta – manuais e elétricas. O que difere é a execução do trabalho, que é feito pelo profissional e não por uma máquina.

“Plainas manuais, lixadeiras e serrotes são os equipamentos mais comuns numa oficina artesanal”, pontua a marceneira.

Enquanto isso, numa oficina industrial, as ferramentas e máquinas de grande porte protagonizam os trabalhos, tais como máquinas de corte CNC para a padronização das peças, tupias com maiores potências, etc.

Segundo Luana, é fundamental ressaltarmos que se o profissional utiliza uma máquina elétrica, a marcenaria não deixa de ser artesanal.

“O conceito artesanal está mais ligado ao processo criativo e à execução de técnicas do que necessariamente ao uso ou não de máquinas automáticas.”

É justamente por isso que a escolha e o uso de ferramentas e equipamentos na marcenaria artesanal depende muito do processo de cada artesão.

Luana conta que em seus projetos não dispensa um bom serrote, uma plaina manual e lixas de todas as gramaturas possíveis.

“Justamente pelo trabalho artesanal ser muito versátil, criativo e não padronizado, não é possível definir um equipamento principal. Cada artesão tem a sua própria técnica e, consequentemente, sua ferramenta mais necessária, seja manual ou elétrica”, detalha.

Marcenaria artesanal versus marcenaria criativa

Diferentemente do que muita gente pensa, de acordo com a marceneira, ambos os conceitos são diferentes. Para ela, toda marcenaria é considerada criativa de certa maneira. Mesmo porque criatividade deriva da criação.

“Seja uma marcenaria artesanal ou industrial, em todo trabalho a criatividade estará presente. Caso contrário, não existirá resultado algum.”

Luana complementa que, quando algumas marcas utilizam o termo “marcenaria criativa”, normalmente, estão se referindo ao fato de que as peças são criações autorais ou diferenciadas.

Isto é, marcenaria artesanal é quando as peças são trabalhadas pelo ser humano e não por máquinas, ao passo em que a marcenaria criativa é aquela dedicada a criar peças novas e que se destacam no mercado – a grande maioria.

“Eu uso o termo marcenaria criativa porque gosto de apresentar objetos autorais, com funcionalidade e utilidade que não sejam comuns, incluindo o design.”

Luana aproveita para destacar que a marcenaria artesanal não se resume à fabricação de móveis.

“Eu, por exemplo, crio produtos diferentes (criativos), utilitários. E faço cada peça com madeira maciça de maneira artesanal “, finaliza.

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