A tecnologia influencia decisões e processos no design de móveis. E essa realidade é cada vez mais crescente.
Há tempos, a evolução tecnológica tem se apresentado de forma marcante em diversos setores. Outro destaque vai para a indústria 4.0, cujos conceitos têm impactado as diferentes transformações do mercado de móveis e decoração.
Além dos processos, a tecnologia participa por meio de ferramentas, maquinários, meios de comunicação, etc.
“Tais avanços têm permitido que os fabricantes de móveis criem peças com um maior valor agregado em fatores estéticos, funcionais e de usabilidade”, explica Glaucia Binda, especialista em Design Emocional, Mobiliário, Produtos e Marketing.
Inovações na indústria moveleira
De móveis inteligentes a impressão 3D, a tecnologia está presente na forma como os móveis são projetados, produzidos e comercializados.
A impressão 3D, por exemplo, permite a criação ou a prototipagem de geometrias mais complexas – dificilmente produzidas por métodos mais tradicionais. “Essa tecnologia tem sido muito usada para a criação de pequenos acessórios até móveis inteiros”, completa.
A Realidade Virtual (RV) e a Realidade Aumentada (RA) também fazem parte desse combo. Empresas do segmento estão optando cada vez mais pelas respectivas tecnologias para que os consumidores possam visualizar os móveis com fidelidade antes de fechar a compra.
“Isso permite que o consumidor tenha uma noção de como a peça se encaixa no seu espaço, facilitando a tomada de decisão.”
Outro ponto que merece destaque é com relação aos materiais usados no design de móveis.
A tecnologia permitiu a criação de novas opções que, além de beleza, oferecem sustentabilidade e durabilidade. Ou seja, são úteis para a criação de móveis funcionais e ecologicamente corretos.
Tecnologia de design e o relacionamento com o cliente
Conforme ressalta Glaucia Binda, a tecnologia influencia também na maneira como as empresas do segmento mobiliário interagem com os clientes.
Muitas estão implementando tecnologias emergentes para criar itens de móveis funcionais, confortáveis e atraentes que combinam perfeitamente com os estilos de vida das pessoas.
Um exemplo é a Internet das Coisas, que pode representar uma grande tendência no ramo de móveis, com foco em alcançar diferentes estilos de vida.
“Essa tecnologia será cada vez mais presente na indústria moveleira, introduzindo diversos mobiliários como cadeiras, escrivaninhas, camas e espaços de cozinha para desenvolver continuamente móveis com a IoT.”
A especialista aproveita para destacar outra tecnologia emergente: o aprendizado de máquinas (machine learning).
“Isso não apenas molda as interações diárias com os clientes, como também muda toda a maneira como as empresas de móveis vendem os produtos a seus clientes por meio de uma interação cada vez mais tecnológica.”
Ainda com relação ao relacionamento, a tecnologia no design também ajuda as empresas de móveis a compreender e a atender melhor às necessidades do público, com rapidez e qualidade.
Big Data em destaque
“Saber o que os clientes desejam é uma das maneiras inteligentes de obter sucesso na indústria moveleira. O crescimento da Internet oferece aos empresários uma excelente oportunidade de coletar dados precisos sobre o que os clientes estão pesquisando, por exemplo.”
E mais, quando se trata de Big Data, a tecnologia poderá ser cada vez mais usada para pesquisas sobre mercado, tendências e afins, e para uma compreensão mais adequada das necessidades dos clientes.
Tecnologia no Brasil
O mercado brasileiro de móveis é um dos mais importantes do mundo. Segundo Glaucia, grandes fornecedores da indústria possuem tecnologia de ponta e atuam desde sempre na atualização dos processos.
Em contrapartida, o baixo poder de compra de produtos mais inovadores acaba sendo um entrave.
“Mas, o rápido crescimento das compras on-line está aprimorando a experiência dos clientes no que diz respeito à tecnologia no design, favorecendo a venda de diferentes tipos de móveis no país.”
Uma saída para os fabricantes brasileiros é utilizar métricas e mensuração de dados, pois podem ajudar a determinar o comportamento de compra do cliente aqui no Brasil.
“A experiência do usuário é cada vez mais importante nos processos de criação e inovação”, alerta Glaucia.
E ela finaliza: “tanto no Brasil como no restante do mundo, a grande missão para o futuro é inovar com tecnologias que incluam processos sustentáveis de fato. Não há mais limites para a inovação. Muito menos para o uso da tecnologia direcionada à criação de novos produtos, pesquisa e análise de usabilidade”.