Segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), arquitetos e arquitetas têm um papel fundamental na sociedade como agentes de transformação. Estes profissionais são responsáveis por descobrir, projetar e implantar soluções conjuntas para melhorar a arquitetura do Brasil, de modo que ela seja cada vez mais inclusiva.
“Acessibilidade não pode ser uma exceção, mas uma regra”, afirma Maira Rocha, Conselheira do CAU/RJ. Dada esta importância, precisamos falar sobre a arquitetura acessível.
Objetivos da arquitetura acessível
O objetivo da acessibilidade na arquitetura é melhorar a vida de 18,6 milhões de pessoas no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este é o número de PCDs (Pessoas com Ceficiência) no país.
No entanto, conforme ressalta Maira, o caminho natural da vida é nos tornamos deficientes em algum momento, uma vez que o envelhecimento traz consigo dificuldades e limitações.
Logo, acessibilidade nada mais é do que um sinônimo de qualidade de vida para todos. É preciso que os espaços sejam projetados com cuidado e qualificação, guiados pelas normativas, decretos e leis que já existem sobre o assunto. “Acessibilidade é uma demanda que deve estar no programa de prioridades dos arquitetos”, diz Maira.
Legislação quanto à acessibilidade
No Brasil, contamos com uma Comissão de Acessibilidade, criada pelo Conselho Nacional do Ministério Público, cuja função primária é, entre outras responsabilidades, acompanhar o cumprimento da Resolução n° 81/2012, do Ministério Público da União e Estados. Ela sugere a adequação das edificações sob normas de acessibilidade e outras providências.
Outro decreto relacionado é o 9.451/2018, que regulamentou o artigo 58 da Lei Brasileira de Inclusão. Segundo o CAU/BR, essa lei é essencial, pois obriga novos empreendimentos residenciais a incorporarem recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência.
“A medida será válida para novas unidades com regramento específico, com exceção de habitações de interesse social”. De acordo com a Lei, as novas moradias deverão apresentar características construtivas que viabilizem sua adaptação interna para uma unidade acessível, sem afetar a estrutura e as instalações prediais.
Pontos de atenção na arquitetura acessível
É válido citar que o conceito de inclusão na arquitetura deve ser aplicado em toda edificação. É preciso ter um olhar diferenciado por parte dos profissionais envolvidos, já que uma métrica bem pensada tende a beneficiar a todos. Separamos quatro pontos de atenção sobre o assunto, que exemplificam a importância da arquitetura acessível.
O conceito
A acessibilidade na arquitetura é fundamental porque ela humaniza os respectivos processos de execução dos projetos.
O profissional
O papel do arquiteto quando o assunto é acessibilidade consiste na responsabilidade que este profissional tem de desenvolver projetos em prol de todas as pessoas, sem distinção. Ele deve executar obras que permitam o acesso, a circulação segura e o conforto de todas as pessoas, independentemente do tipo de limitação que ela possa apresentar.
Características
Entre as principais características da arquitetura acessível está a criatividade e a diversidade. A inclusão pode ser criativa, de modo que o profissional responsável consiga pensar em projetos que agradem a todos, principalmente, as PCDs.
Lembrando que a acessibilidade deve ser desenvolvida para atender a todas as pessoas, crianças, jovens, adultos e idosos. Também, a todo tipo de deficiência: visual (total ou parcial), de mobilidade, auditiva, psicossocial, etc.
Garantias da arquitetura acessível
Além de respeitar a dignidade de todas as pessoas e o direito de ir e vir, a acessibilidade na arquitetura garante conforto e segurança. Além do mais, proporciona organização ao respectivo espaço e adequa a edificação à legislação.
Esse tipo de inclusão se mostra cada vez mais indispensável, de modo a preparar as cidades para as novas gerações e dar conforto para as gerações vigentes.
Saiba mais sobre os aspectos práticos da arquitetura acessível
Nem só de rampa vive um projeto focado na acessibilidade. Pensar dessa forma limita o entendimento da prática, já que outras características também fazem parte desse universo, como:
- Interruptores e botões de elevadores acessíveis e com linguagem em braile;
- Portas com larguras necessárias;
- Rampas e elevadores sempre que for preciso;
- Pisos especiais e antiaderentes;
- Sinalizações táteis para rampas e escadas;
- Corrimão em todas as escadas e rampas;
- Acesso facilitado nas áreas de circulação, sem barreiras desnecessárias;
- Vagas de garagem reservadas para PCDs e idosos – sempre próximas a entrada ou qualquer tipo de acesso.
Percebe como a arquitetura tem papel essencial na implementação da acessibilidade?
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