A alta competitividade tem marcado os desafios enfrentados pelas marcenarias e pelos fabricantes de móveis de madeira. E um dos fatores que facilitam a captação e fidelização de clientes nesse setor é o perfeito acabamento em madeira.

Por isso, é importante ficar atento a novas técnicas e às melhores práticas para garantir a consistência e a excelência nessa etapa produtiva e na peça final.

Continue a leitura para conhecer algumas orientações e ideias para diferenciar ainda mais seus móveis de madeira.

4 boas práticas para um acabamento de qualidade em móveis de madeira

“Para destacar uma peça, o bom acabamento é essencial. Mesmo um móvel com um design fino, feito com materiais de primeira qualidade, se apresentar um acabamento ruim, poderá fazer com que todos os méritos das matérias-primas e toda a habilidade e esforço empregados em sua fabricação sejam ineficazes”, indica Jessica Stigler, product designer e consultora de projetos.

O acabamento em móveis de madeira é um processo desenvolvido para proteger as peças dos danos ambientais. Sem o acabamento correto, a madeira pode rachar, secar, inchar (em exposição à umidade) e se deteriorar.

“No entanto, embora o objetivo principal de cada tipo de acabamento de madeira seja comumente adicionar uma camada protetora, isso também pode ajudar a melhorar o apelo estético da madeira e do produto final, valorizando ainda mais a peça e agregando a ela um estilo mais refinado, moderno, sustentável, etc”, explica Stigler.

A seguir, conheça algumas recomendações para garantir qualidade no acabamento feito em móveis de madeira.

1. Faça a escolha certa quanto ao tipo de material e técnica empregados

Diferentes projetos e peças demandam, também, diferentes técnicas e formas de acabamento. Por isso, é importante averiguar, entre as diversas opções de produtos e vernizes, qual valorizará melhor o seu projeto e o estilo da peça produzida.

A cera sintética ou natural, por exemplo, é ideal para garantir um resultado mais natural ou rústico ao móvel.

“Já resinas de base acrílica ou epóxi podem funcionar melhor em móveis que pedem por um acabamento mais moderno”, recomenda Stigler.

Outro ponto de atenção é, claro, a escolha da matéria-prima. Uma superfície de madeira maciça, por exemplo, é composta de tábuas de madeira que são permanentemente fundidas, mas ainda permitem a expansão natural da madeira sem rachar. Ela pode ser, então, finalizada com acabamento com verniz, tinta ou laca para proteger a madeira e adicionar a cor e o brilho certos para as necessidades de design do projeto.

Além disso, “madeiras compostas de materiais sintéticos de resina, como o MDF, têm maior resistência à umidade, mas não são indicadas para grandes carregamentos de peso. Já compensados ou madeira maciça oferecem maior resistência, mas estão mais expostos aos efeitos da ação da umidade. É importante ter esse tipo de parâmetro em mente para optar pelo acabamento ideal para cada peça produzida”, complementa Stigler.

2. Pesquise sobre as propriedades e conservação dos produtos aplicados

Além da aparência na finalização e acabamento, os móveis de madeira precisam ser funcionais, seguros e duráveis. Por isso, entender as características de cada produto voltado para o acabamento em madeira é fundamental.

Isso vale também para as madeiras utilizadas e sua estocagem, que deve ser regularizada, evitando o empenamento das chapas e a má conservação da matéria-prima, problemas que também podem prejudicar o acabamento final da peça.

Portanto, pesquise sobre as substâncias e qual a preparação que garante melhores resultados para a integridade do móvel de madeira.

Outra dica nesse sentido é que é importante, ao utilizar a “boneca” para envernizar, pincel, rolo ou pistola, garantir a aplicação homogênea na superfície. Isso assegura um acabamento não apenas esteticamente perfeito, como uma peça que consegue conservar a qualidade na etapa anterior, de lixamento e polimento do móvel de madeira.

3. Considere as finalidades de uso e as condições ambientais para determinar o acabamento em madeira ideal

Para que os móveis de madeira tenham sua funcionalidade assegurada e garantam a melhor experiência de uso, é importante considerar algumas particularidades para a determinação do acabamento ideal.

Uma mesa, por exemplo, está exposta ao atrito e a substâncias distintas. Por sua vez, uma prateleira requer uma superfície que mantenha o equilíbrio dos objetos colocados nela.

Com isso, os processos de acabamento em madeira influenciam na qualidade da utilização otimizada do móvel. Então, vale a pena pesquisar sobre os produtos e acabamentos ideais para cada projeto.

Um exemplo disso está na aplicação dos diferentes vernizes disponíveis no mercado de marcenaria.

O verniz PU (poliuretano), por exemplo, mostra-se mais indicado para acabamentos de alta resistência, garantindo uma superfície lisa e resistente a temperaturas. Nesse caso, exige-se uma aplicação feita com ferramentas como pistola para aplicação do verniz.

“O impacto ambiental também é um fator importante. Enquanto alguns acabamentos apresentam fragilidades ambientais, outros oferecem melhor resistência. Os vernizes, por exemplo, proporcionam excelente proteção contra luz ultravioleta, calor e até mesmo desgaste diário. Eles também são bons acabamentos de madeira resistentes à água, tornando-os adequados para móveis de exterior”, complementa Stigler.

4. Invista em um programa de controle de qualidade eficiente

Para uma produção profissional, garantir a qualidade no acabamento dos móveis de madeira de forma manual pode ser um desafio. É preciso, portanto, estabelecer um controle de qualidade na produção para que as técnicas de acabamento sejam aplicadas da melhor maneira possível.

A metodologia just in time, por exemplo, pode garantir uma maior qualidade no acabamento dentro de uma operação moveleira.

Afinal, quando o processo está intimamente ligado à demanda, tem-se uma previsibilidade nos gastos de insumo e matéria-prima. Isso significa que o fluxo de materiais atende às etapas de produção e não há desperdício dos materiais para acabamento em madeira.

É importante destacar que um programa de controle de qualidade não está restrito somente a grandes empresas. Profissionais autônomos e marcenarias artesanais podem instaurar hábitos de monitoramento e revisão dos processos internos para garantir a conformidade das peças produzidas.

Ferramentas como o Kanban, na qual cartões com demandas de atividades e materiais são movidos de acordo com a etapa do processo, podem ser implementadas de forma independente e prática. Isso auxilia no controle da produção e checagem do resultado esperado nas atividades de acabamento, como o lixamento da peça, polimento e envernizamento.

Para saber mais sobre acabamento para móveis de madeira, leia também nosso conteúdo com 5 soluções para melhor acabamento do seu produto.