Continuando com nossa jornada pela evolução do desempenho do setor moveleiro nacional, a fim de entender um pouco mais sobre os riscos e oportunidades para a área, especialmente num ano de retomada de diversas atividades, o panorama dos primeiros meses do ano lança um sinal de alerta. Mas que se não for ignorado, pode ajudar, e muito, empresas a buscarem estratégias e soluções inteligentes para o crescimento sustentado.
Comecemos pelo mercado interno
Seguindo o fluxo que já vinha se desenhando desde os últimos meses do ano passado, a queda no volume produzido em janeiro de 2022 foi de 10,5% em relação a dezembro de 2021. Um número passível de entendimento, ao considerarmos que o primeiro trimestre de cada ano é tradicionalmente marcado por uma desaceleração no ritmo de produção na indústria, incluindo a moveleira. Isto, claro, em épocas normais.
Chama a atenção, porém, o declínio de 33% em relação ao montante produzido em janeiro de 2021. Mais uma vez confirmando a desaceleração do setor frente aos números históricos conquistados entre o início do segundo semestre de 2020 e o final do primeiro semestre de 2021. Período, como já pontuamos, bastante atípico, ao se espelhar em uma série de movimentos, tensões e necessidades pontuais.
Os dados são da “Conjuntura de Móveis”, estudo divulgado pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) a partir de levantamento do IEMI – Inteligência de Mercado.
O estudo também aponta um recuo de 9% no consumo interno aparente de móveis e colchões no Brasil na passagem de dezembro para janeiro, e uma queda ainda maior na comparação do primeiro mês deste ano com o do ano passado: -34,6% no volume de peças consumidas no mercado brasileiro.
Apesar das quedas significativas nas comparações entre os meses de janeiro de 2021 e janeiro de 2022 — que, sim, podem assustar e já são sentidas —, ao olharmos para o acumulado nos últimos 12 meses, contudo, é possível observar uma retração muito mais controlada, próxima a -6,1% em volume produzido e de -7,8% no consumo interno. Demonstrando reestabilização, com possibilidades de crescimento, agora que sabemos, mais do que nunca, do potencial de nosso mercado, desde que procuremos investir de forma estratégica e inovadora, tanto em materiais quanto em tecnologia e marketing.
Já quando o assunto é o mercado externo, apesar de uma recuada nos níveis de crescimento mensais, que extrapolavam 50% durante o ano passado, as exportações brasileiras de móveis e colchões parecem ir “muito bem, obrigada!”.
O relatório “Conjuntura de Móveis” demonstra que a indústria brasileira exportou US$ 61,8 milhões (FOB) no primeiro mês do ano, seguido por avanço de 11,6% em fevereiro, quando exportou U$ 69 milhões (FOB).
Apesar da queda considerável na receita, de 30,3% durante a passagem de dezembro para janeiro — o que, como falamos, é esperado para o período —, o acumulado de 2022, ou seja, o desempenho das exportações no primeiro bimestre deste ano em comparação a igual período em 2021, aponta crescimento próximo de 20%, ao contrário do que vemos no mercado interno.
2º Painel Setor Moveleiro
E foi na busca por discutir e levantar meios sólidos e sustentados de manter a indústria de móveis aquecida em um ano desafiador para a economia e para a produção no País, que a Plataforma Setor Moveleiro realizou mais uma edição do PAINEL SETOR MOVELEIRO.
O evento, que ocorre em formato híbrido, reuniu mais de 100 pessoas no auditório do Intersind (Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá); batendo, ainda, pico superior a 52 mil visualizações simultâneas durante a transmissão ao vivo pelo youtube.com/setormoveleiro.
A ForMóbile foi uma das patrocinadoras da ação, que contou com a participação de grandes nomes do setor de móveis e da área de negócios, além de representantes do polo moveleiro de Ubá, um dos maiores do Brasil.
Fonte de questionamento e conhecimento para o empresário e o profissional moveleiro, assista às palestras e à toda a dinâmica do 2º PAINEL SETOR MOVELEIRO na íntegra no YouTube.