Um olhar mais atento, às cores na produção de móveis, foi estimulado pela recente necessidade de isolamento social, contexto que possibilitou uma vivência mais significativa dos espaços residenciais.
É comum, que com o passar do tempo, os ambientes tornem-se monótonos, pois seus usuários evoluem, crescem, desenvolvem-se. Os espaços devem acompanhar esse movimento e o uso das cores imprime vida, maior personalização para esses ambientes.
Andrea Chapira, arquiteta e proprietária da Uêbaa Design, enfatiza: “As cores são essenciais para o projeto de interiores. Conforme a sensação que queremos transmitir, podemos usar mais ou menos cores. Em quartos de brincar, por exemplo, as cores mais vívidas são bem-vindas para estimular o desenvolvimento das crianças. Já para quartos de recém-nascidos, que demandam espaços mais tranquilos, tons pastéis e neutros são os mais adequados.”
Acompanhe o conteúdo, a seguir, e saiba como apostar em móveis coloridos para inovar a decoração do seu lar. Vamos lá?
Psicologia das cores na produção de móveis
As cores influenciam o ser humano, tanto do ponto de vista fisiológico como do psicológico, estimulando todos os sentidos ao gerar sensações, emoções e reflexos sensoriais, por exemplo.
As cores atuam sobre o subconsciente humano sendo utilizadas desde o começo da História, por civilizações antigas como a China, a Índia e o Egito. Cores, associadas a formas e texturas, são carregadas de significado, simbolismo sociocultural.
A natureza é pura cor e é ao interagir com o meio em que vive que o homem consegue resgatar memórias, a partir da reprodução de tonalidades que remetem às águas do mar, à luz solar do entardecer, ao inverno ou verão, dentre outras referências.
Andrea Chapira, ressalta: “As candy-colors são muito solicitadas, principalmente para móveis, por apresentarem tonalidades mais suaves e assim, permitirem um uso mais prolongado dos mesmos. Cores mais fortes podem ser utilizadas em itens decorativos, como roupas de cama, tapetes, almofadas, dentre outros. É comum que as cores, nos móveis, sejam trabalhadas na frente das gavetas, puxadores e molduras, trazendo mais charme e vida para a decoração”.
Ao desenvolver projetos de móveis, o estudo das cores é uma etapa que deve considerar as funções de uso dos mesmos, assim como demandas pessoais, dos usuários, e o estilo decorativo do ambiente.
As cores na produção de móveis devem ser estabelecidas a partir do briefing, ferramenta que permite acordar, com o cliente, os parâmetros a serem considerados para a escolha não só das cores, mas também dos materiais e acabamentos mais adequados.
Estilo escandinavo: móveis coloridos como ponto de destaque
Em tempos de home office, o estilo escandinavo está em alta, por trabalhar a base da decoração com cores neutras, gerando ambientes mais organizados, claros, que remetem à tranquilidade.
Esse tipo de estilo decorativo pode tornar-se muito impessoal e frio, caso não seja trabalhado com pontos de cor que tragam mais movimento e profundidade para os ambientes.
Um sofá verde, um aparador amarelo, cadeiras com estofado colorido para a mesa de jantar, podem ser boas opções para quebrar a impessoalidade, sem gerar ruídos visuais desagradáveis, principalmente para ambientes integrados.
Assim, as cores na produção de móveis não podem ser pensadas de forma isolada, mas sim considerando os demais itens que constituem toda a decoração.
A Teoria da Forma, também conhecida como Gestalt, entende que a percepção visual humana, dos ambientes, é o resultado de todas as pequenas interações de formas, cores e texturas que compõem o espaço.
Cores na produção de móveis: a importância da iluminação
As cores na produção de móveis devem ser pensadas em conjunto com a iluminação especificada tanto para o ambiente como para o próprio móvel. Como essas cores serão percebidas à noite, por exemplo?
Andrea Chapira, compartilha: “A iluminação indireta é muito presente nos móveis da Uêbaa Design, pois além de complementar a iluminação geral, do quarto, possibilita a criação de “cenas” que auxiliam diferentes momentos de uso do móvel. Por exemplo, uma luminária articulada, na cabeceira da cama, estimula a leitura e permite que as crianças utilizem esse recurso com mais autonomia. Já as fitas de led, em nichos, trazem um clima acolhedor, lúdico e convidativo, permitindo que a imaginação voe”.