Sustentabilidade, tecnologia, personalização e adaptabilidade: cada um desses fatores costuma estar presente na rotina dos designers de produto atualmente. Isso porque estão diretamente relacionados com os novos hábitos de consumo do público brasileiro, além de alterarem os processos produtivos do setor moveleiro como um todo.
Confira mais detalhes a seguir:
Sustentabilidade cada vez mais presente
A preocupação com o meio ambiente e com o impacto do que se compra e se consome atualmente alcança uma proporção cada vez maior entre os clientes – sobretudo os das novas gerações.
“O cliente moderno não espera realizar apenas uma transação comercial com as empresas, ele quer se relacionar com elas e as escolhe de acordo com seus propósitos, que devem estar alinhados com suas crenças e valores. Cada vez mais, eles vão querer fazer negócios com empresas que adotam boas práticas para reduzir o impacto de suas produções e construir um futuro melhor para o planeta”, esclarece Antonio Lima, professor de marketing da Unisinos.
Já Fernando Laterza, coordenador de design da Belas Artes, pondera que é preciso levar em consideração que estamos em um momento de transição, então há quem preze, prioritariamente, pela sustentabilidade, assim como o público que não abre mão de atributos mais estéticos.
“De um lado, temos pessoas que se importam com o politicamente correto, com questões ambientais e que estão dispostas a abrir mão do conforto para ter um ganho no desempenho ambiental. Do outro, há aqueles que ainda valorizam mais o conforto e se preocupam com um design bonito, que enriqueça o ambiente”, esclarece.
O tipo de moradia
Em 2010, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou um índice de 12,7% de residências com moradores únicos, número que segue aumentando ano após ano. Esse novo estilo de moradia é impulsionado por alguns fatores, como maior índice de pessoas solteiras e maior longevidade da população.
Esses espaços também são reflexo de famílias mais enxutas e do valor do metro quadrado nos grandes centros urbanos. Tudo isso faz com que muitos desses consumidores tidos como modernos residam em espaços menores, o que exige móveis cada vez mais funcionais e adaptáveis a esses ambientes.
Por isso, o designer de móveis deve trabalhar prevendo a multifuncionalidade, a personalização e as proporções adequadas do mobiliário para esses espaços, atendendo, assim, às necessidades desse perfil de cliente.
Internet e tecnologia
A internet mudou completamente a forma como a qual o consumidor compra hoje em dia. Afinal, ele consegue ter acesso a informações detalhadas sobre produtos e empresas de forma ágil, tendo, assim, mais segurança para fazer seus investimentos.
Uma pesquisa do IEMI (Instituto de Estudos de Marketing Industrial), órgão que estuda o comportamento de compra do consumidor do setor moveleiro, mostra que 63% dos clientes brasileiros pesquisam na internet antes de realizar uma compra e que 70% lançam mão desse recurso para conhecer o design dos móveis e o seu valor no mercado.
A mesma pesquisa revelou, também, que 69,9% dos clientes ouvidos que fizeram a busca pela internet foram a uma loja física para ter uma experiência mais sensorial com o produto e verificar suas reais especificações.
Cabe destacar, também, que a tecnologia se coloca cada vez mais presente no dia a dia do consumidor, e isso tem interferência direta no desenho dos móveis.
“Há poucos anos, por exemplo, desenvolvia-se um Home Theater no qual as pessoas colecionavam DVDs ou CDs. Hoje, isso desapareceu, está tudo na nuvem”, comenta Marcelo Teixeira, coordenador do curso de Pós-Graduação em Arquitetura de Espaços Comerciais da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).
Para finalizar, o especialista resume algumas das principais tendências que devem ser levadas em consideração ao desenvolver o design de móveis a partir de agora.
“As demandas atuais têm a ver com relacionar praticidade, tecnologia e tamanho, uma vez que os espaços estão sendo reduzidos com apartamentos de 10, 20 ou 30 m2, envolvendo equipamentos tecnológicos cada vez mais sofisticados, ao mesmo tempo em que se vive um momento de resgate do simples, do funcional, em que se busca mais a sustentabilidade”, sintetiza.
Como os novos hábitos de consumo têm impactado o seu trabalho? Compartilhe sua experiência nos comentários e até a próxima.