Diferentemente do que muita gente pensa, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) não se aplica apenas ao comércio.

Ela tem também uma forte influência sobre as ações de marketing de uma empresa, seja ela do segmento de marcenaria, arquitetura, design, indústria, etc.

A saber, as estratégias de prospecção de marketing, por exemplo, têm como finalidade capturar dados do público-alvo, de modo a conquistar clientes e interessados.

Para traçar essas ações, é necessário que haja o entendimento das bases legais das normas que envolvem a respectiva atividade, principalmente, a LGPD.

A empresa deve deixar clara a finalidade dos dados coletados e utilizá-lo somente sob permissão do responsável e dono das informações.

Utilidade dos dados

A LGPD impacta diretamente as ações de marketing porque essa área também trabalha com formulários de cadastros em sites, e-mails, cookies, dados em assinatura, entre outras ferramentas que necessitam de informações delicadas.

É imprescindível que tudo esteja de acordo com as medidas descritas pela respectiva lei.

Isso porque ela visa proteger os direitos e a privacidade dos indivíduos em relação aos seus próprios dados pessoais.

Segundo Alexandre Coelho, Advogado especializado em Direito Digital e de Proteção de Dados na Godke Advogados, a LGPD no marketing estabelece regras claras sobre como as empresas podem coletar, armazenar, processar e compartilhar dados pessoais.

O objetivo é garantir que todos tenham um melhor controle sobre as próprias informações.

“Isso significa que as pessoas podem ter mais confiança ao compartilhar seus dados, sabendo que suas informações serão tratadas de forma adequada e segura”, explica Alexandre.

Além do mais, a LGPD permite que os indivíduos exerçam seus direitos, entre os quais, o acesso aos seus dados, a correção de informações incorretas e até mesmo o direito de solicitar a exclusão dos respectivos dados em uma base específica.

Segurança para os envolvidos

Toda empresa deve se preocupar em aderir a LGPD no marketing e publicidade, entre outras áreas, por diversas razões.

O especialista jurídico cita que, primeiramente, “a conformidade com a LGPD é uma obrigação legal”. Logo, não é nada indicado tentar driblar as regras em questão.

Lembrando que, caso a empresa tente negar a importância da LGPD, pode sofrer sérias consequências, como multas significativas, que podem chegar a 2% do faturamento anual da companhia, limitado ao valor de outras sanções, além de danos à própria reputação.

“A LGPD também fortalece a confiança dos consumidores na marca, uma vez que ela está demonstrando compromisso com a proteção dos dados pessoais dos clientes.”

O advogado completa que, com a lei, as empresas têm a oportunidade de construir relacionamentos mais sólidos e duradouros com o público.

LGPD no marketing

Especificamente com relação ao marketing e à publicidade, a LGPD impõe restrições ao uso de dados pessoais para fins de segmentação e direcionamento de ações, estratégias e anúncios.

Isso significa, que as empresas devem obter o consentimento explícito dos indivíduos antes de coletar e usar seus dados para qualquer atividade de promoção dos produtos, serviços ou nome da empresa e/ou marca.

“Além disso, a LGPD estabelece o direito dos indivíduos de se opor ao uso de seus dados para fins de marketing direto”, informa Alexandre.

O especialista se refere ao fato de que as empresas devem garantir que suas estratégias de marketing estejam em conformidade com a lei, respeitando os direitos das pessoas em relação às suas informações pessoais.

Ele alerta que tais cuidados evitam problemas legais e – principalmente – fortalece a confiança do público, promovendo uma abordagem ética e responsável também para o marketing da empresa.

Confira também o Guia LGPD para escritórios de arquitetura.