Dia 14 de agosto é considerado o Dia do Combate à Poluição, a data foi instituída com o objetivo de fortalecer a reflexão e o diálogo a respeito de soluções para evitar o processo de degradação ambiental em todo o mundo.
Mas, afinal, qual é o papel da indústria em relação a esse tema?
Poluição industrial: o que é?
Segundo a Pesquisa Industrial Anual Empresa, do IBGE, só no Brasil existem mais de 300 mil indústrias e, juntas, elas são responsáveis pela emissão de cerca de 2 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa anualmente. Sem contar com as taxas de desmatamento que têm subido a cada ano. Estima-se que, em 2023, o Brasil desmatou 228 hectares por hora.
“A poluição industrial é basicamente qualquer forma de poluição que tenha como fonte principal e imediata, fatores originados pelas atividades realizadas por indústrias, podendo ser de qualquer tipo”, explica Carolina Gilberti, CEO da Mubius WomenTech Ventures. “Isso consiste em resíduos poluentes que estão presentes no ar e, obviamente, muitos deles são maléficos, nocivos à saúde e também ao meio ambiente”.
Ainda segundo ela, um dos principais agentes responsáveis pela poluição industrial é a queima de combustível que, consequentemente, libera gases tóxicos na atmosfera e no ar. “É fundamental que as indústrias tenham conhecimento do impacto ambiental que é, de fato, causado por elas”, enfatiza a CEO.
“E, a partir desta consciência, elas precisam começar a investir em tecnologias que prezem pelo meio ambiente, que ajudem a preservar e, claro, também buscar informações sobre as formas de obtenção de matéria-prima certificada, que são mais adequadas.”
A especialista também aponta para a necessidade de desenvolver uma linha de produção que evite desperdícios e que garanta o descarte adequado para os resíduos gerados.
Carolina também destaca que, ao se tratar das indústrias moveleiras, os principais resíduos gerados são cavacos, pó e serragem que, ao serem liberados, têm impactos negativos no meio ambiente. Para ela, o principal problema ambiental que o setor gera atualmente é relacionado justamente às formas de destinação desses resíduos.
“Em sua grande maioria as indústrias realizam a queima, a reciclagem ou a revenda desses materiais. Mas o ideal seria ter um contrato com organizações que realizam a coleta, o tratamento e a destinação correta. Além disso, quase nenhuma organização utiliza os resíduos para fabricar subprodutos e poucas reintroduzem ou reaproveitam as matérias-primas.”
Vantagens de investir em sustentabilidade
Com as questões ambientais se agravando ao redor do mundo, investir em sustentabilidade deixou de ser um diferencial e passou a ser uma necessidade. Nesse cenário, empresas que não prezam por essa questão tem sido cada vez mais excluídas do mercado.
“As companhias que possuem práticas mais amigáveis e antipoluentes têm a oportunidade de se posicionarem de forma muito mais clara e objetiva, atraindo, assim, novos lugares de mercado, de fundos e de investimentos”, enfatiza Carolina.
“As empresas precisam ter uma preocupação cada vez maior com a transparência, com a comunicação, com o posicionamento de mercado e com a visão de seus possíveis investidores”, analisa a CEO. “Além disso, a sustentabilidade precisa começar a ser vista como uma responsabilidade pois, quando você aplica essas práticas, já começa a ter menos emissão de poluentes e está colaborando com um ambiente melhor e a saúde de todas as pessoas”.
Por fim, Carolina observa que essa mudança de mentalidade das empresas em relação ao meio ambiente é um processo lento e que ainda pode demorar bastante para se concretizar.
“Talvez precisemos de mais incentivos do governo, um olhar um pouco mais cuidadoso em relação a isso, seja estadual ou federal, utilizando práticas que amenizem esse impacto social do meio ambiente, como por exemplo isentar as empresas que aplicam essas práticas de alguns tipos de pagamentos”, conclui.