O design contemporâneo vive uma profunda transformação, impulsionada não apenas por inovações tecnológicas, mas principalmente por mudanças nos comportamentos sociais e pela crescente urgência das pautas ambientais.
Nesse novo cenário, o design sustentável deixa de ser uma tendência para se tornar uma diretriz essencial no desenvolvimento de produtos, ambientes e experiências.
Para entender melhor esse movimento, o canal ForMóbile Digital conversou com José Ferro, gerente de design da Interprint, uma das líderes globais na impressão de papéis decorativos, com presença em 11 países.
A empresa é referência no setor por sua capacidade de antecipar movimentos culturais e incorporar soluções sustentáveis desde a concepção dos projetos até a sua aplicação final.
Confira mais do que ele nos disse a seguir!
Muito além da estética: o design como leitura do comportamento
Para Ferro, o papel do design mudou profundamente. “Hoje não falamos mais em tendências, mas em movimentos de comportamentos que ocorrem simultaneamente a todo momento e em todo lugar”, afirma.
Ele explica que as novas gerações chegam ao mercado com uma consciência ética e ecológica mais apurada, questionando antigas práticas e propondo uma nova lógica de consumo.
Esse olhar mais crítico e responsável se reflete diretamente nas escolhas estéticas. “O design precisa decodificar novos signos de valor, priorizando questões ambientais e o uso sustentável dos recursos naturais“, acrescenta o representante da Interprint.
O novo morar: sustentabilidade como escolha de estilo de vida
A sustentabilidade já não se resume a certificações ou materiais ecológicos. Ela passa a integrar os hábitos cotidianos e redefine o próprio conceito de habitar.
“Trata-se de uma nova postura, que está interferindo diretamente no jeito de morar, indo muito além de questões estéticas ou apenas funcionais”, destaca Ferro.
Antes de adquirir algo novo, ganha força a reflexão sobre a possibilidade de reutilizar ou reciclar.
No entendimento de Ferro: “O descarte não é mais o fim, mas a possibilidade de repassar e alguém dar um novo significado, colocando a sua personalidade na escolha de acabamentos, cores e texturas.”
Faça você mesmo: criatividade com consciência ambiental
A cultura do “faça você mesmo” ganha novo impulso no contexto do design sustentável, combinando autenticidade e responsabilidade ambiental.
Para Ferro, esse movimento é uma forma legítima de expressão pessoal e ao mesmo tempo uma alternativa prática e acessível.
“Você projeta e executa, escolhendo os materiais de forma sustentável que menos agridam o meio ambiente”, explica o gerente de design.
Essa autonomia criativa também favorece a durabilidade das soluções, uma vez que o envolvimento pessoal agrega valor emocional ao projeto.
Produção local e identidade cultural
Outro aspecto relevante destacado por José Ferro diz respeito às escolhas logísticas e à valorização das comunidades locais.
Ele comenta que: “O design sustentável leva em conta a utilização de materiais locais, evitando a necessidade de percorrer longas distâncias e, assim, reduzindo custos e impactos ambientais.”
O especialista também ressalta a importância do desenvolvimento socioeconômico de artesãos e produtores da região, o que contribui para fortalecer a identidade local e manter vivas tradições culturais.
Nas palavras de Ferro: “É um movimento que visa valorizar a cultura, os hábitos e os costumes de uma comunidade.”
Menos é mais: o minimalismo acolhedor
O conceito de design sustentável também se alinha a um novo tipo de minimalismo: funcional, confortável e emocionalmente significativo.
“Isso visa ressignificar um estilo de vida, com o uso racional de materiais e a eliminação do supérfluo”, afirma Ferro.
Esse estilo não abre mão do bem-estar. Pelo contrário, valoriza elementos que promovem acolhimento e conexão com a natureza.
“Esse acolhimento vem muito do uso de materiais naturais, como madeiras e fibras, além do uso de plantas que embelezam e trazem vida ao espaço.”
Sustentabilidade aplicada ao design de superfícies: um diferencial da Interprint
Na Interprint, a sustentabilidade se reflete diretamente no desenvolvimento de novos produtos decorativos.
José Ferro explica como a empresa aplica esse conceito no dia a dia:
“Utilizamos o conceito do design sustentável na concepção e desenvolvimento de novos Decórs. Quando pensamos numa solução atemporal, com uma longa vida útil no mercado, estamos falando na otimização de recursos materiais e financeiros.”
Segundo ele, os projetos não nascem isolados, mas integram um ecossistema criativo planejado.
“Fazemos uma análise do portfólio do cliente, de forma que os novos desenhos componham harmoniosamente com os demais acabamentos”, explica o especialista.
Essa abordagem evita desperdícios e potencializa a longevidade dos produtos.
Além disso, a sustentabilidade também se manifesta nas soluções materiais adotadas pela empresa.
A Interprint se destacou como pioneira na adoção de tintas à base de água, uma alternativa mais saudável ao meio ambiente e à saúde, por não conter solventes químicos em sua composição.
A empresa fornece papéis decorativos produzidos a partir de madeira de reflorestamento que são utilizados por seus clientes em painéis de madeira como MDF e MDP, além de pisos laminados e placas de HPL. Essa prática contribui de forma expressiva para a redução do uso de madeiras nativas.
Com esse conjunto de iniciativas, a Interprint reforça o seu compromisso com o design sustentável, a inovação e a responsabilidade ambiental, gerando valor concreto para seus produtos e promovendo impactos positivos para clientes, consumidores e o planeta.
Movimento sustentável na cadeia moveleira: inovação com responsabilidade
A cadeia produtiva do setor moveleiro tem passado por uma transformação significativa, impulsionada pela crescente conscientização ambiental e social.
A busca por matérias-primas sustentáveis, aliada à inovação responsável, tornou-se um dos pilares do desenvolvimento do setor, refletindo o alinhamento com os novos paradigmas globais de consumo e produção.
Entre as iniciativas mais relevantes DO GRUPO TOPPAN, do qual a Inteprint faz parte, destaca-se o uso do papel-base com pó de pedra (stone paper), uma alternativa que elimina o uso de água e produtos químicos no processo de fabricação.
Além de sustentável, o material apresenta alta durabilidade e é reciclável.
A incorporação de materiais de segunda colheita (second harvest) também é uma iniciativa relevante. Os resíduos agrícolas e industriais reaproveitados como matéria-prima alternativa possibilitam uma expressiva redução de 50% a 55% nas emissões de CO₂, se comparados aos materiais convencionais.
A inovação também está presente na formulação de novos materiais, como o termoplástico feito com PET reciclado e biomassa da cana-de-açúcar. Essa combinação alia bom desempenho técnico à redução do uso de recursos fósseis, colaborando para a diminuição da pegada de carbono dos produtos finais.
No segmento de painéis, já é realidade a incorporação de conteúdo reciclado, proveniente tanto de resíduos urbanos quanto de sobras industriais. Essa prática fortalece a economia circular e reduz significativamente o volume de descartes inadequados, mostrando que é possível unir eficiência produtiva à responsabilidade ambiental.
Além disso, fornecedores de insumos e matérias-primas vêm aprimorando os seus processos para incluir resíduos e materiais recicláveis, promovendo ganhos ambientais e produtivos ao longo de toda a cadeia.
A sustentabilidade, para a Interprint, é uma diretriz estratégica para o setor moveleiro. Grandes eventos internacionais, como o OpenHouse da Interprint Alemanha e a última edição da Interzum, reforçam essa tendência ao colocar o meio ambiente como tema central, sinalizando que o futuro da indústria está firmemente ancorado em práticas conscientes, colaborativas e inovadoras.
A transformação está em curso, e o setor moveleiro brasileiro se mostra cada vez mais preparado para liderar esse caminho.
Cocriação e propósito: o DNA da Interprint
A filosofia da Interprint vai além da estética. É uma empresa que aposta na cocriação como atitude e na parceria como prática cotidiana.
O seu trabalho se baseia em compreender o estilo como algo vinculado às necessidades reais das pessoas, mais do que a modismos passageiros.
“Nosso interesse é oferecer uma solução completa, que una relevância estética, funcionalidade e sustentabilidade. Quando conseguimos isso, o resultado é uma coleção forte e coerente – e o sucesso é consequência”, conclui José Ferro.
O futuro do design é sustentável
A entrevista com o gerente de design da Interprint deixa claro que o design sustentável já não é uma opção — é uma necessidade urgente.
Num mundo em que recursos são finitos e consumidores exigem responsabilidade, o desafio do setor move-se para muito além da aparência.
O design ganha um papel estratégico na transformação de hábitos, na valorização do que é local e durável, e na construção de novas formas de habitar o planeta.
E como mostra o trabalho da Interprint, isso é possível quando estilo, tecnologia e consciência andam juntos.
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