Nas últimas décadas, o conceito de ESG (Environmental, Social and Governance que em português significa Ambiental, Social e Governança) tem ganhado uma relevância cada vez maior no mundo corporativo.
O termo foi formalizado em 2004, em um relatório do Pacto Global da ONU em parceria com o Banco Mundial, intitulado “Who Cares Wins”. Desde então, tornou-se um pilar fundamental para avaliar o comprometimento das empresas com práticas sustentáveis, responsabilidade social e uma gestão ética e transparente.
Em tempos de mudanças climáticas, desigualdades sociais e cobranças mais severas por parte de consumidores e investidores, adotar práticas ESG deixou de ser um diferencial e passou a ser uma exigência de mercado.
A prova disso é que estudos recentes mostraram que empresas alinhadas a esses princípios têm apresentado melhor desempenho financeiro e reputacional. Segundo uma pesquisa da consultoria McKinsey & Company, marcas com forte atuação ESG apresentam retorno sobre o capital até 20% superior à média de mercado.
Além disso, 88% dos investidores institucionais consideram os critérios ESG como parte essencial de suas decisões, conforme relatório da PwC (2022).
Essas novas exigências do mercado refletiram diretamente no setor moveleiro que tem sido cada vez mais impactado por questões ambientais e sociais.
Nesse cenário, tornou-se fundamental que as indústrias entendam quais práticas ESG podem aplicar para manter sua competitividade, conquistar novos mercados e atender aos consumidores mais conscientes.
A seguir, vamos abordar separadamente os três pilares do ESG e destacar quais ações são essenciais para a indústria moveleira em cada um deles.
Práticas ESG na indústria moveleira
E – Sustentabilidade Ambiental
O “E” de ESG refere-se ao aspecto Ambiental (Environmental), que engloba práticas voltadas à preservação do meio ambiente, ao uso responsável de recursos naturais e à redução dos impactos ecológicos das atividades empresariais.
No contexto da indústria moveleira, isso significa adotar medidas concretas para garantir que a produção de móveis seja sustentável do início ao fim da cadeia.
Nesse aspecto, uma das principais práticas que pode ser implementada é o uso de materiais sustentáveis, especialmente de madeiras certificadas por órgãos como o FSC (Forest Stewardship Council), que assegura a origem responsável da matéria-prima.
Além disso, produtos com certificação FSC têm uma maior aceitação no mercado internacional, com crescimento de até 30% na preferência de consumidores.
Outra prática essencial do pilar ambiental do ESG está na gestão eficiente de resíduos e energia. A implementação de programas de reaproveitamento de resíduos de madeira, plástico e outros materiais pode reduzir os custos de descarte em até 25%, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Ao mesmo tempo, investir em tecnologias de eficiência energética, como máquinas modernas e o uso de fontes renováveis ajuda a diminuir o consumo energético, que pode representar cerca de 20% dos custos operacionais em fábricas moveleiras.
E quando o assunto é sustentabilidade, não tem como não falar sobre a pegada de carbono que tem sido uma preocupação cada vez maior por parte das indústrias. Para reduzi-la, é preciso pensar em todas as etapas da cadeia produtiva, incluindo transporte e logística, até a produção e a embalagem dos móveis.
Práticas como o uso de embalagens recicláveis, a otimização das rotas de transporte, a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis na produção e parcerias com fornecedores locais são estratégias eficientes para minimizar esse impacto.
S – Responsabilidade Social
O “S” de ESG representa o Social, ou seja, o compromisso das empresas com as pessoas, sejam elas colaboradores, comunidades locais ou consumidores.
Na indústria moveleira, isso envolve garantir condições de trabalho justas, com ambientes seguros, inclusivos e que respeitem os direitos trabalhistas. O que envolve oferecer salários adequados, benefícios e oportunidades de crescimento para seus colaboradores. Além de promover diversidade e inclusão garantindo a representatividade de diferentes gêneros, raças e etnias.
Outro aspecto essencial do pilar social é o cuidado com a comunidade, especialmente a local. Nesse ponto, espera-se que as empresas apoiem iniciativas como doações de móveis para instituições de caridade, reflorestamento de áreas degradadas da região e parcerias com ONGs que gerem um impacto positivo na sociedade.
Por fim, a responsabilidade social também envolve a transparência da empresa com seus consumidores, o impacto de seus produtos na sociedade e sua relação com os clientes.
G – Governança corporativa
O “G” de ESG refere-se à Governança, isto é, ao conjunto de práticas, políticas e processos que garantem uma gestão ética, transparente e responsável dentro das empresas.
No setor moveleiro, isso começa com a implementação de códigos de conduta e políticas de compliance, assegurando que todas as operações, inclusive as realizadas por fornecedores e parceiros, sigam padrões éticos rigorosos.
Nesse tópico, a gestão de riscos também é fundamental, especialmente diante de desafios como mudanças climáticas, violações trabalhistas ou fraudes. Antecipar e mitigar esses riscos fortalece a resiliência da empresa e aumenta a confiança do mercado.
Além disso, quando se trata de governança, a adoção de tecnologias de digitais, como o uso de blockchain para rastrear a origem dos materiais ou sistemas que otimizem a eficiência operacional, também representa um passo importante rumo a uma gestão moderna, responsável e inovadora.
Desse modo, ao integrar práticas sólidas de sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança corporativa ao seu modelo de negócios, a indústria moveleira não apenas fortalece sua reputação, mas se posiciona de forma estratégica frente às exigências de um mercado cada vez mais atento.
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