Colocar a prova os processos e os produtos de uma indústria ao apostar em novos percursos pode estimular mudanças positivas, inclusive em faturamento. Essa atitude transformadora, que ainda deixa muitos empresários ressabiados, é a famigerada inovação. De acordo com uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), 62% de um grupo formado por 100 líderes de negócios inovadores consideram baixo ou muito baixo o grau de inovação nas indústrias nacionais, sendo que a falta de cultura para esse tema foi apontada como o principal entrave para a melhora da nota. Para ir fundo nesse oceano azul, conheça quatro passos importantes para ser uma indústria inovadora.

1 – Entender o que é inovação

Ponto de partida para desenvolver qualquer trabalho com fluidez é entendê-lo. Conceitualmente, inovação é a implementação de um produto novo ou melhorado, um processo, um novo método de marketing ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. Essa definição é defendida no Manual de Oslo e a mais utilizada por profissionais com mindset inovador em todo o mundo. A publicação é fruto de análises da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da Eurostat (autoridade de Estatísticas da Educação e Ciência da União Europeia).

Superestimar ou rebaixar uma ideia têm de acontecer com cautela nessa parte da etapa que mistura descoberta e consideração da novidade. “Achar que tudo é inovação é ruim. Achar que nunca pode inovar, também”, diz Antonio Cabral, professor de Engenharia de Produção e Alimentos do Instituto Mauá de Tecnologia.

2 – Ver valor nas pequenas mudanças

O que faria seus pares na indústria engajarem-se em melhorar as soluções existem ou, mais, em criar novas soluções a partir do zero? Identificar os motivos que levam à inovação e considerar a importância de cada um deles vai dar o gás necessário para conduzir as atividades. E isso, claro, reside em pequenas mudanças diárias. Pílulas constantes de eficiência, qualidade e aprendizado têm de ser vistas com bons olhos. Na busca por pequenas alterações na rota convencional, o empresário precisa conhecer todo seu processo produtivo para conseguir enxergar oportunidades que agreguem valor ao produto e, em seguida, inovar.

3 – Pensar no longo prazo

Fatalmente, a adoção de hábitos inovadores por líderes pouco inovadores esbarra na falta de resultados positivos de venda imediatos. “Hoje, eles olham o custo e o curto prazo, mas não podem depender desse ponto de vista, pois a inovação é contínua e ininterrupta”, defende Cabral. Ou seja, sua indústria, independentemente do tamanho, deve adotar um conceito de valorização da atitude de agora para colher valor no futuro.

4 – Inovar na crise

Apesar da expectativa de baixo crescimento para o país, os representantes das empresas pesquisadas pela CNI mostraram-se otimistas quanto ao volume de recursos para inovação nos próximos até 2020: 57% responderam que pretendem aumentar ou aumentar muito os investimentos, enquanto 39% afirmaram que a tendência é permanecer como está. “Inovação salva em momentos de crise. Sem inovação, uma indústria não tem vantagem competitiva”, sentencia o especialista.

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