Não é novidade que o potencial do Brasil de produzir madeiras para diferentes fins é enorme, no entanto, especialmente devido a esse potencial, o país também sofre muito com problemas de exploração ambiental que resultam em interferências climáticas e problemas sociais.
Uma maneira de amenizar esse cenário é através do reflorestamento, especialmente quando ele envolve o plantio de espécies de rápido crescimento, o que promove a diminuição da pressão sobre as madeiras nativas de países tropicais.
E, quando o assunto é madeira ideal para manejo sustentável, o destaque vai para o Mogno Africano (Khaya), uma espécie consagrada no mercado internacional e que tem como principal destino os mercados europeu e americano.
Demanda por mogno africano
Conhecida por ser uma madeira serrada de qualidade, essa espécie é comumente utilizada pelas indústrias moveleira, naval, de construção civil, de laminados e de ornamentação de luxo.
Sua procura tem se tornado cada vez maior devido a sua resistência, estabilidade e durabilidade, além disso, seu manejo, se feito de forma responsável, pode contribuir para a fixação de carbono, sendo uma opção interessante para investidores comprometidos com a preservação ambiental.
De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e da Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano (ABPMA), atualmente já existem cerca de 70 mil hectares de Mogno Africano plantados no Brasil e a tendência é que esse número cresça ainda mais visto que essa é uma madeira nobre de alto valor agregado que tem ganhado cada vez mais o mercado.
“Essa madeira jovem tem excelente desempenho para vários setores. Tem uma grande facilidade de tonalização, maciez para o trabalho das máquinas de marcenaria, além de suas catedrais que dão um visual personalizado e que tornam inconfundível o Mogno Africano”, explica Patrícia Fonseca, diretora executiva da ABPMA.
Ainda segundo ela, um dos principais motivos que têm potencializado a procura por essa espécie é que trata-se de uma madeira nobre de rápido crescimento. “O Mogno Africano é desejado para o plantio porque, em comparação com outras madeiras nobres, seu prazo de crescimento final entre 18 a 20 anos é considerado curto para essa categoria de madeira”, observa Patrícia.
“O Mogno também é desejado pelo consumidor final que sabe que o mercado de luxo do mundo inteiro gosta e compra essa madeira de várias espécies, principalmente devido a sua beleza natural.”
Mogno africano na fabricação de móveis
Na indústria moveleira o uso do Mogno Africano tem se popularizado em painéis colados e móveis com madeira engenheirada. “Essa espécie também pode ser utilizada em tudo mais que se deseje fazer, em qualquer dimensão, basta usar a colagem das peças”, pontua Patrícia, acrescentando que os móveis que possuem o Mogno em sua confecção possuem maior valor agregado por se tratar de uma madeira nobre.
Outra vantagem de utilizar essa espécie da fabricação de móveis é que, por não se tratar de uma espécie nativa, ela não está sujeita a restrições de corte, ou seja, não precisa ser preservada.
“A produção com essa madeira tem o grande trunfo de evitar o desmatamento de florestas brasileiras de espécies nativas”, elucida a diretora da ABPMA. “Ela já é uma floresta de reflorestamento, plantada especificamente para fins comerciais e para ser consorciada com outros produtos agropecuários”.
A diretora também explica que no Brasil os desbastes dessa espécie são feitos de forma seletiva por cada produtor na idade adequada.
“São escolhidas as árvores que tiveram menor desempenho, mais tortuosidade e que estejam criando competição com as melhores árvores. Após a separação dessa madeira, ela é levada para serraria e serrada em tábuas de diversas espessuras. Depois disso, as tábuas seguem para a estufa, para serem secadas em umidade controlada e, por fim, são enviadas aos locais de armazenamento para que possam ser classificadas de acordo com o tipo de madeira gerada na serraria.”
“Com essas tábuas são feitos vários tipos de produtos que atendem à demanda de cada cliente”, finaliza a diretora.
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