De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil teve um incremento em sua exportação de móveis, acumulando, somente no primeiro semestre de 2017, mais de US$ 250 milhões. Conforme já falamos por aqui, após anos com sucessivas quedas no volume de exportações, espera-se uma alta de 4,5% nas exportações de móveis em dólar até o final deste ano.
Isso significa que o País está retomando sua participação no mercado internacional não somente pela versatilidade dos móveis “made in Brazil”, mas também pela madeira de qualidade utilizada nas produções. O custo-benefício das peças, aliado à excelência de acabamento, também é, claro, um grande atrativo dos móveis brasileiros no exterior.
De acordo com Marcelo Prado, sócio-diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), a indústria brasileira de móveis é muito competitiva no mobiliário de madeira, tanto no de madeira maciça, quanto no de chapas de madeira (MDF,MDP e outros).
“O que falta para a indústria brasileira de móveis conquistar mercados mais abrangentes e diminuir a sua vulnerabilidade em relação ao câmbio é o desenvolvimento de produtos com melhores design e qualidade, que incorporem ferragens e acabamentos superiores, além da exploração de um estilo próprio e original, com conceito de marca e elementos da cultura brasileira. Senão, seremos sempre vistos como imitadores dos europeus ou dos norte-americanos, sem possibilidades de agregar valor aos nossos produtos”, afirma o especialista.
Confira, a seguir, quais são os maiores importadores de móveis brasileiros e conheça mais sobre o seu perfil de compra.
Os 5 maiores importadores de móveis brasileiros
De acordo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), com a elaboração do IEMI, os cinco maiores importadores de móveis brasileiros são:
1. Estados Unidos (23,5%)
2. Reino Unido (13,7%)
3. Argentina (11,0%)
4. Uruguai (6,6%)
5. Peru (6,3%)
Além deles, Chile, Bolívia, Paraguai, França e Alemanha também merecem destaque como potenciais mercados.
“Mais de 90% das exportações do Brasil nesse segmento concentra-se em produtos feitos com madeira. Os principais compradores atuais são grandes redes de varejo americanas e europeias que buscam, em geral, fornecedores com boa relação custo-benefício para fabricar móveis projetados por eles. O grande desafio, no entanto, será desenvolver canais de venda no exterior, nos quais possamos inserir produtos com o nosso próprio design, bons padrões de qualidade e diferenciais próprios”, afirma o sócio-diretor da IEMI.
Estados Unidos
A maior potência mundial é a campeã de importações de móveis brasileiros. Nos últimos anos, este mercado tem apresentado uma maior preocupação em relação ao meio ambiente, com consumidores demonstrando interesse em produtos sustentáveis. No entanto, eles não estão, necessariamente, dispostos a pagar a mais por isso. Há, também, uma tendência de aumento da demanda por móveis para áreas ao ar livre e jardins.
Na América do Norte, os principais concorrentes dos móveis brasileiros são oriundos da China e do próprio Estados Unidos. Somente nos EUA, a China representa praticamente 50% do market share.
Reino Unido
Composto por Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, o Reino Unido se tornou o segundo mercado a importar a maior quantidade de móveis brasileiros.
Com a recente saída da União Europeia, o Reino Unido se tornou um potencial mercado para as exportações brasileiras. Em teoria, fora do bloco, ele teria mais autonomia e liberdade para negociar com países exportadores, sem sofrer algum tipo de impedimento por parte da União Europeia.
Argentina, Uruguai e Peru
Os três países vizinhos ao Brasil também são bons exportadores de móveis. Isso indica que eles possuem indústrias do setor moveleiro instaladas localmente, ou que reexportam parte dos produtos importados.
Particularmente, no caso do Uruguai, o valor das exportações de móveis é próximo ao da importação.
Até 2011, o Brasil era o principal exportador de móveis do Uruguai, quando a China assumiu esse posto. O mesmo cenário vemos no Peru, com a China se tornando a principal concorrente brasileira.
No mercado argentino, há bastante interesse em móveis para áreas externas. A Argentina, que já foi o principal mercado de exportação de móveis brasileiros, também apresentou uma grande queda nas importações nos últimos anos. A crise econômica, os embargos comerciais e as restrições logísticas se tornaram entraves para o crescimento da demanda por móveis brasileiros.
Você já conhecia os principais importadores de móveis brasileiros. Continue acompanhando o nosso canal de conteúdo e fique por dentro de todas as informações sobre o setor moveleiro nacional.