Quase sempre empregada em móveis com características especiais, a técnica de friso pode ser um bom artifício para disfarçar a junção de duas peças no processo de fabricação do mobiliário, além de ajudar a tornar o ambiente em que as peças forem expostas mais amplo, agradável e sofisticado.

“Isso porque o uso dos frisos também é capaz de aumentar a sensação de profundidade do móvel e ajudar a ‘quebrar’ a continuidade dos armários”, ressalta Sidneia Teixeira, gestora ambiental e sócia proprietária da empresa A Marcenaria, especializada em móveis sob medida.

Mas, para fazer com que os efeitos dessa prática sejam notados com clareza,  saber aplicá-la com qualidade é fundamental para qualquer profissional de marcenaria. Confira!

 

Formas de aplicação de friso nos móveis

 

Existem, basicamente, três diferentes tipos de aplicação dos frisos. São eles:

 

1. MDF sobreposto

 

O MDF sobreposto dá uma sensação de que o mobiliário é formado por mais peças, quando, na verdade, é feito em uma única peça, mas sem aquele aspecto de uma simples parede forrada.

 

2. Fresa e laca

 

Fresa e laca são detalhes feitos na madeira que agregam beleza, como se fossem várias peças, causando uma ilusão de ótica e trazendo amplitude para o espaço.

 

3. Machetaria

 

São recortes de madeira colados em uma peça maior, com intuito de fazer desenhos complexos e, também, causar ilusão de ótica, agregando sofisticação ao móvel e ao ambiente.

 

Técnicas de criação dos frisos nos móveis

 

A usinagem e a sobreposição de peças são as duas técnicas de criação de frisos mais utilizadas. Confira, a seguir, os detalhes de cada uma delas.

 

Usinagem

 

Para realizar os frisos por meio da usinagem, é necessário utilizar equipamentos como tupias – espécies de torno cônico – e máquinas CNC – computadorizadas e controladas por comandos numéricos.

Normalmente, o friso feito no móvel tem formato de “U” ou “V”, mas a proporção de largura e da profundidade dependerá do tamanho do armário e do ambiente no qual ele será inserido.

O tamanho, a largura e o detalhe dos frisos sempre estarão associados ao tamanho da ferramenta – chamada de fresa –, que será utilizada e quase sempre necessitará de algum tipo de acabamento, pois é o resultado de uma usinagem da superfície do painel.

O acabamento dos frisos é feito com pintura, lâminas de madeira, verniz ou até encaixando um perfil de alumínio ou plástico.

 

Sobreposição de peças

 

Outra forma de fazer frisos nos móveis é por meio da sobreposição de peças, assim não é necessário o uso de nenhum maquinário. Tal técnica nada mais é do que o resultado da sobreposição de painéis com outros painéis ou.com ripas de madeira.

“É recomendado que o fundo da peça de madeira tenha, pelo menos, 6 mm, e que sejam intercalados painéis entre 15 e 18 mm, variando de acordo com o tipo e o tamanho do móvel”, orienta Teixeira.

Esta técnica abre maiores possibilidades em dimensionamento e combinação de padrões. No entanto, se o ambiente acumula muita poeira, a sua utilização não é recomendada. Contudo, quando for o caso, uma peça com frisos destaca a identidade do móvel e valoriza o ambiente como um todo.

 

Técnica de friso nos móveis: o que não fazer?

 

A proprietária da empresa A Marcenaria afirma que falar sobre o que não deve ser feito a respeito dos frisos “é mais complicado, pois para o marceneiro, todas as ideias, geralmente, vêm dos clientes, então, mesmo que não pareça bonito aos nossos olhos, é o que eles querem”.

Ela conta que, apesar disso, e de cada projeto variar de acordo com o perfil do consumidor, em alguns casos, é possível dar dicas e sugestões.

“Em questões técnicas, podemos salientar que os diferentes tipos de frisos devem ser feitos em poucas peças (ou somente em uma parede, por exemplo). Afinal, por se tratar de uma ótica de amplitude de paredes, o exagero pode deixar o ambiente ‘fechado’, gerando o efeito contrário ao desejado”, finaliza.

Quer saber mais sobre a técnica de friso nos móveis e as tendências do mercado moveleiro? Continue acompanhando o nosso canal de conteúdo.

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