A indústria moveleira segue lutando para enfrentar a queda na renda e o enfraquecimento do crédito. Em junho de 2016, segundo o IBGE, as vendas no comércio varejista do setor caíram quase 10%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse momento não desanima os industriais do setor e uma das alternativas mais recorrentes utilizadas tem sido a racionalização da produção, envolvendo desde custos até análise do comportamento do consumidor.

“As empresas estão se vendo obrigadas a adotar medidas extremas de redução de custos e análises do mercado e do comportamento do consumidor nesse momento, além de muita cautela, avaliação dos produtos ofertados, maximização da mão de obra, entre outros”, explica Cândida Cervieri, diretora executiva da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário).  Volnei Benini, presidente da Movergs (Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul), faz uma análise similar: cortar é a melhor maneira para enfrentar as dificuldades. “Muitas indústrias gaúchas passaram a se dedicar a racionalização dos custos.”

O setor moveleiro viu nas exportações uma boa oportunidade para driblar a crise

Não são apenas a racionalização e a contenção, no entanto, que têm estabilizado a indústria moveleira. “O setor moveleiro viu também nas exportações uma boa oportunidade para driblar a crise”, explica Cervieri. Estados Unidos, Reino Unido, Argentina, Bolívia e Uruguai são, segundo ela, os cinco principais destinos dos móveis brasileiros. Destaque ainda para outros países da América do Sul como Peru e Paraguai. Apenas no Rio Grande do Sul as exportações no primeiro semestre subiram cerca de 10%.

Em meio a esse cenário, o setor passa a lidar com outras questões. E uma delas é o olhar diário na variação do câmbio. “Com o dólar até R$ 3,20 as empresas ainda conseguem administrar as negociações. Porém, abaixo desse valor, as exportações se tornam inviáveis”, analisa o presidente da Movergs. Esse, aliás, como concorda a executiva da Abimóvel, parece ser o patamar chave à indústria moveleira. “Neste momento, se o dólar oscilar abaixo de R$ 3,20, a rentabilidade fica comprometida”, pontua.

exportação de móveis