Realizar o descarte do pó da madeira (serragem) que toma conta das marcenarias diariamente é uma medida que oferece benefícios que vão além das questões ambientais. Apesar disso, muitos profissionais ainda não dão a devida importância ao problema do acúmulo desse resíduo no ambiente de trabalho e não sabem a forma correta de dispensá-lo. Na grande maioria das vezes, ocorre apenas uma limpeza superficial do local após a conclusão de um serviço.
A madeira é um dos insumos mais representativos da economia brasileira, sendo utilizada para diversos fins. E, independentemente do que seja feito com ela, os seus resíduos se acumulam de forma abundante em marcenarias de todos os portes.
Pensando nisso, separamos, a seguir, algumas dicas sobre como fazer o gerenciamento adequado da serragem decorrente do trabalho com a madeira, além de explicar por que você não pode mais deixar de pensar neste assunto. Acompanhe:
Problemas do acúmulo do pó da madeira
O acúmulo do pó da madeira representa um problema sério de saúde, já que pode causar irritação nos olhos, nariz e garganta. Além disso, os fragmentos que saem de determinados tipos de madeira podem produzir reações alérgicas, doenças do pulmão e até mesmo intoxicação sistêmica, assim como elevar a possibilidade de incêndios e explosões, já que o fogo se espalha rapidamente sobre a serragem que cobre objetos e superfícies.
Os resíduos também podem afetar diretamente a qualidade do produto final, já que o processo de colagem, lustração ou pintura é seriamente comprometido quando não realizado em um ambiente livre de pó.
O descarte do pó da madeira e resíduos
Em relação às marcenarias, é interessante pensar, inicialmente, na separação de todos os materiais utilizados, reaproveitando-os sempre que possível. Dessa forma, ocorrerá uma redução na quantidade de lixo gerado. Depois, o que não puder ser reaproveitado deverá ser descartado de forma adequada.
Já no que diz respeito, especificamente, ao pó da madeira, recomenda-se a utilização de exaustores ligados a um coletor, capazes de garantir que o ambiente de trabalho fique o mais limpo possível.
Segundo Odenir Francisco da Silva, diretor da Escola de Marcenaria Madeira & Arthes, também é importante é investir na organização do local de trabalho. “O espaço da marcenaria precisa ser delimitado de acordo com um planejamento que contemple a forma com a qual a produção dos móveis será realizada e a quantidade de pessoas que vão trabalhar no ambiente, pois, sem esse estudo, enquanto um está fazendo o acabamento, outro está ao lado fazendo a pintura, cheio de pó, comprometendo a qualidade do móvel. Por isso, tem de ter espaços diferenciados para cada etapa de produção, além de um sistema de extração da serragem”, indica.
Após a coleta do pó acumulado, o desafio é dar o destino adequado do material. Afinal, quando o rejeite de resíduos sólidos não é efetuado da maneira correta, empresas correm o risco de receber multas como punição.
Uma boa medida a ser tomada é a reutilização do pó de madeira gerado como composto orgânico. Nesse sentido, existe a possibilidade não só de fazer o descarte adequado dos fragmentos, mas também de comercializá-los no mercado, aumentando o lucro da marcenaria.
Além disso, também é possível descartar a serragem em “ecopontos” (locais criados pelo poder público para receber e dar uma destinação adequada a resíduos sólidos, de acordo com a lei) espalhados pelas cidades ou buscar por empresas especializadas no recolhimento de detritos industriais.
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