Pessoas com algum tipo de deficiência necessitam, geralmente, de acessórios, equipamentos e móveis adaptáveis que facilitem suas rotinas e atendam às suas necessidades. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 25 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência – ou seja, o número corresponde a 14% da população do Brasil –, sendo que 40% desse segmento é composto pelo grupo de deficientes visuais (parcial ou total).
Conforme destaca Marcelo dos Anjos, projetista do Studio D’Linea, de Porto Alegre/RS, a acessibilidade é uma premissa fundamental de uma sociedade inclusiva. “É fundamental que as empresas do segmento não excluam ninguém na hora de selecionar ou produzir o mobiliário. É possível criar soluções inclusivas para todos os perfis de consumidores.”
Vale lembrar que a deficiência vai muito além da física, existe a visual e a psicomotora, por exemplo, por isso, tudo precisa ser planejado em função da mobilidade e das restrições do cliente.
No entanto, conseguir fornecedores para desenvolver móveis adaptáveis é um desafio. “Infelizmente, a indústria ainda não está acostumada a se moldar a esse tipo de público”, afirma dos Anjos.
Por isso, “quando alguém vê essa oportunidade como nicho de mercado, é preciso ter a clareza de que se trata realmente disso: é uma fatia de mercado e não uma ajuda social. Portanto, com planejamento e estudo, a produção de móveis adaptados pode ser, sim, um negócio bastante rentável”, esclarece.
De fato, em 2017, mesmo com os reflexos da crise econômica, o consumo das pessoas com algum tipo de deficiência chegou a 10 bilhões de reais.
O custo ainda é um desafio no segmento de móveis adaptáveis
Apesar de seu potencial, esse nicho de mercado exige um montante de investimento que pode desestimular novos players. “Desenvolver produtos para pessoas com deficiência exige um alto investimento, que nem sempre os donos das empresas estão dispostos ou têm disponibilidade para fazer”, afirma o projetista.
Portanto, uma forma de evitar que o investimento seja tão alto, a palavra-chave para a criação de móveis adaptáveis é inovação. Automatizar a produção e planejar melhor o uso das ferragens, por exemplo, são caminhos para começar a inovar.
“Outra dica é alinhar funcionalidade, conforto e estética, sem esquecer o design do móvel, afinal, não adianta nada os móveis adaptáveis serem feios, pois, assim como os demais públicos, este também é exigente e merece qualidade”, afirma dos Anjos.
Oportunidades geradas pelos móveis adaptáveis
Os móveis adaptáveis devem ser funcionais para todas as pessoas, por isso, o ganho é tanto econômico quanto social, pois o produto desenvolvido atende a todos, assim, a amplitude e aderência no mercado têm alto potencial, sobretudo quando se utiliza uma linha de comunicação correta para divulgar esses produtos.
“Fazer uma cama que possui um apoio para o usuário se levantar não é difícil, e são para detalhes como esse que precisamos nos atentar, para evitar que as pessoas importem produtos e o nosso mercado nacional perca oportunidades”, alerta.
Portanto, é preciso aprender a olhar e a identificar nichos de mercado em ascensão. Afinal, conforme aponta a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n° 13.146), é necessário que, pelo menos, 10% dos apartamentos sejam adaptados para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Isso representa uma demanda por móveis adaptáveis bastante significativa.
O que você acha sobre a produção de móveis adaptáveis para pessoas com deficiência? Sua empresa pensa em projetar soluções nesse sentido? Deixe sua mensagem nos comentários.