Conceitualmente, a impressão digital é o processo de imprimir dados digitais gerados em computador para uma mídia (papel, vinil, tecido, PVC, MDF, MDP, vidro, etc.) sem a necessidade de gravação em qualquer tipo de matriz. O recurso costuma ser realizado de três formas distintas: por transferência térmica, a laser e por jato de tinta – esta última técnica, inclusive, é a mais democrática de todas e uma grande tendência da indústria moveleira, por permitir aplicações nos mais variados tipos de substratos.

No setor de móveis, a impressão digital por jato de tinta surge como uma complementação às linhas de pintura tradicionais e traz, como diferencial, a oportunidade de criar novos conceitos e projetos com alto valor agregado, custos estáveis e resultados incomparáveis aos processos analógicos atuais.

“Com a tecnologia de impressão digital, a indústria moveleira pode dar respostas mais rápidas ao mercado, abraçando novas tendências, produzindo protótipos e testando produtos nos pontos de venda de forma muito ágil, em um curtíssimo espaço de tempo. Para se ter uma ideia, entre criar uma imagem digital e tê-la aplicada a um móvel pronto para venda, bastam algumas horas”, explica Solivan Szupka, responsável pelo desenvolvimento de aplicações da empresa Ampla Digital.

As aplicações da impressão digital em móveis

São inúmeras as aplicações da impressão digital por jato a tinta na indústria moveleira. Confira, a seguir, as três principais:

Aplicação comercial

A impressão digital possibilita a criação de linhas de produtos licenciados por artistas renomados, franquias de filmes, desenhos animados e, até mesmo, times de futebol. Com a técnica, é possível pensar em um quarto infantil com os personagens da Disney ou em um conjunto de dormitório com imagens do time do coração da criança. Ou, ainda, em criações artísticas exclusivas da própria indústria que deem ao cliente a chance de comprar um armário, uma cabeceira de cama ou um painel com a foto favorita da viagem dos seus sonhos ou do seu bichinho de estimação.

Garantia e peças de reposição

Quanto custa para a indústria manter estoques de toda sua linha de produtos para atender à demanda gerada? E quando não há estoques, quanto custa parar uma linha de produção inteira para produzir pequenas quantidades de peças com diversas características diferentes? E para a imagem da marca, quanto custa a demora em dar uma resposta ao cliente?

Todos esses fatores podem ser atenuados com o uso da impressão digital devido à ausência de matrizes, setup relativamente fácil e aos custos de produção estáveis e lineares. A indústria moveleira em, portanto, condições de atender à demanda de peças de reposição de maneira “Just in Time”.

Prototipagem

Com a impressão digital em móveis aplicada à prototipagem, é possível criar infinitos padrões, selecioná-los e testá-los com rapidez e baixo custo, além de desenvolver, por exemplo, toda uma nova linha de produtos, com diversos padrões e cores, sem que para isso seja necessário paralisar a produção na linha de pintura.

Para portfólios de grande volume, pode-se, também, utilizar a técnica para produzir os protótipos, testá-los no ponto de venda e avaliar os que mais agradaram os consumidores. Só então, após o teste e a definição dos modelos de maior aceitação, colocam-se em produção os cilindros, as tintas ou o pedido das chapas revestidas.

As perspectivas da tecnologia de impressão digital em móveis

Como pontos fortes, podemos dizer que a impressão digital em móveis é uma tecnologia democrática, pois é acessível e aplicável tanto nas pequenas marcenarias quanto na indústria moveleira de grande porte. Ela proporciona a impressão direta na chapa de madeira, MDF e MDP, sem a necessidade de utilizar processos de serigrafia ou adesivos vinílicos, além de ser totalmente compatível com o maquinário e os insumos utilizados pelas empresas do setor, o que dispensa a necessidade de uma ‘revolução’ no maquinário de produção.

O recurso oferece, ainda, a possibilidade de se realizar projetos diferenciados ou personalizados com alto valor agregado, utilizando matéria-prima de menor valor para dar aspecto sofisticado ao móvel, além de permitir a impressão de dados variáveis, dando ao cliente final a chance de personalizar o móvel ao seu gosto, com um tempo de resposta muito mais rápido.

A desvantagem fica por conta apenas dos custos fixos da impressão digital, pois não há uma redução de valor quando o número de peças trabalhadas é maior, como ocorre na impressão offset. Os valores do processo são praticamente os mesmos para produzir uma, dez, cem ou milhares de peças.

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