Falar de marcenaria para quarto infantil é falar de excelentes oportunidades de negócios. Contudo, para que esses projetos moveleiros se revertam em vendas, atraindo a atenção de pais e mães corujas, é preciso que os marceneiros e decoradores tomem alguns cuidados.
Móveis para crianças não são apenas móveis pequenos, versões menores dos mesmos projetos criados para o público adulto. Além disso, é preciso refletir sobre questões pediátricas e até pedagógicas na hora de criar os desenhos desse mobiliário.
Por isso, decidimos elencar alguns pontos de reflexão que todos precisam entender na hora de pensarem sobre marcenaria para quarto infantil. Vamos lá?
1. Marcenaria para quarto infantil não é miniatura de móveis adultos
É comum que nós, adultos, olhemos com certo desdém para o mundo infantil. Os dramas das crianças podem parecer bobos, seus interesses são simples e elas não têm muito o que opinar, pois são crianças, certo? Errado!
Esse pensamento é completamente desastrado quando falamos de marcenaria para quarto infantil, pois, ainda que não sejam as crianças que pagarão pelos móveis, elas não deixam de ser os clientes.
Logo, as demandas dessas crianças precisam ser atendidas nos projetos. Então, o marceneiro não pode ver o mobiliário infantil como uma miniatura do mobiliário para adultos.
Muito pelo contrário. Ele deve entender como os seus móveis garantirão a segurança das crianças, mas, também, atenderão às suas demandas, como o desenvolvimento da autonomia.
O design de móveis já evoluiu muito nesse sentido. Basta que olhemos para os projetos dos anos 1980 e 1990, pesados e pouco maleáveis, para que entendamos o que não devemos fazer agora.
2. A autonomia da criança deve ser incentivada
O desenvolvimento infantil requer que as crianças consigam desempenhar algumas tarefas simples. Entre elas está usar a mobília do próprio quarto.
Na primeira infância, as crianças devem conseguir se vestirem sozinhas, dar opinião sobre as próprias roupas, guardar seus brinquedos etc. Contudo, para conseguirem fazer tudo isso, os móveis devem ser adaptados às suas forças e tamanhos.
Logo, materiais e ferragens pesados, que impeçam o uso das portas e gavetas, devem ser evitados.
3. A segurança precisa ser redobrada
A marcenaria para quarto infantil não pode esquecer a segurança. Nesse caso, é preciso antever problemas que podem ser causados pelo uso inadequado dos móveis.
Peças usadas para esconder parafusos, por exemplo, podem ser engolidas. Gavetas que se desprendem facilmente podem cair em cima das crianças. A falta de acabamento nos móveis pode deixar farpas à mostra, algo que é capaz de criar acidentes graves.
Nesse sentido, o projetista e o marceneiro não podem se deixar levar pelo bom senso de um adulto. Achar que o usuário não se machucará com aquele canto pontiagudo é superestimar a criança, que ainda está desenvolvendo suas habilidades motoras.
Como já citado, o marceneiro não pode se esquecer que os seus clientes não são os pais, mas as crianças.
4. Pensar em acessibilidade é importante
Algumas crianças têm necessidades especiais e nem elas e nem os seus pais devem ser excluídos do processo de encomendar um móvel eficiente feito em marcenaria para quarto infantil.
Nesse quesito, cabe ao marceneiro se questionar sobre as possibilidades de adaptação dos seus projetos.
A cama daria a uma criança em cadeira de rodas a chance de ser usada? O que poderia ser adaptado nas gavetas para trazer acessibilidade a uma criança cega, talvez inscrições em braile com os nomes das peças que serão guardadas ali?
São muitas as possibilidades e é interessante que os profissionais da marcenaria se questionem sobre esse tema, pois ele demonstra empatia e respeito com os consumidores.
5. O lúdico deve ser usado com bom senso
Criar peças lúdicas é um dos caminhos mais comuns e bem-sucedidos na marcenaria para quarto infantil. No entanto, lembre-se de atualizar as suas referências sobre os assuntos que despertam os interesses dos pequenos.
Algumas brincadeiras e personagens não têm mais nenhum apelo junto às crianças nativas digitais. Sendo assim, é preciso entender o que desperta o imaginário delas.
Dessa forma, as suas coleções não correrão o risco de serem rejeitadas pelos pequenos fregueses.
O lúdico pode ser resolvido de forma simples, usando materiais como pelúcias ou adesivos.
6. Cuidado com as cores
As cores devem ser escolhidas com cautela. Não podem ser muito chamativas, pois isso polui visualmente os quartos, que tendem a ser pequenos. Além disso, considere o impacto que a iluminação noturna terá sobre elas.
Cores neutras podem chamar a atenção dos pais que pretendem reutilizar móveis, caso tenham outros filhos. Os clássicos rosa e azul ainda têm mercado, mas precisam de modernidade.
Os tons não podem ser muito fortes, pois muitos irmãos dividem os quartos e isso pode gerar discussões ou a falta de identificação de um deles com o ambiente.
Cores muito vívidas tendem a hiper estimular as crianças, algo que os pais não querem que aconteça próximo a hora de dormir.
7. Favoreça um ambiente de estudos
A pandemia fez com que muitas crianças tivessem seus quartos transformados em sala de aula. A marcenaria para quarto infantil precisa oferecer essa possibilidade, uma vez que os pequenos estão começando a estudar cada vez mais cedo.
Mesinhas e cadeiras devem ser adaptadas para trazer conforto para períodos mais longos, pois elas não serão usadas apenas para as brincadeiras, mas, para os estudos.
Mesmo crianças que não estejam em fase escolar não podem ter dificuldades para usarem seus móveis para desenharem ou como apoio para as brincadeiras lúdicas.
Além disso, ainda falando das tendências pós-pandemia, os quartos infantis não podem ser espaços maçantes para as crianças.
“A partir da pandemia, notamos um aumento na procura por elementos que pudessem divertir as crianças dentro de seus próprios quartos. Agora, mesmo com o mundo voltando ao normal, os pais perceberam o quanto é importante que os quartos infantis sejam mais do que ambientes de descanso e estudo, mas que eles sejam um espaço para as crianças brincarem e interagirem entre irmãos”, explica Glaucia Boaron Fleischfresser, idealizadora e curadora da BBDecora.
8. Não se esqueça que as crianças crescem
É lógico que, assim como as roupas, muitos objetos do quarto de bebês ficarão pequeno. Todavia, será que isso sempre precisa acontecer?
Muitos móveis, como cômodas e mesas, podem acompanhar as crianças por anos. Não são raros os projetos de berços que viram camas. Esses móveis ajustáveis são produtos de alto valor de mercado, que atraem a atenção dos pais por se mostrarem como investimentos.
“Os projetos de quartos infantis, atualmente, são concebidos para serem interessantes para o irmão mais velho, sem deixarem de ser seguros para os bebês. Além disso, trazem muitos elementos para as crianças brincarem, como nichos porta brinquedos, cantinho da leitura, escorregadores e casinhas lúdicas, mesinhas para atividades entre outros elementos que aguçam a criatividade e propiciam diversão”, detalha Glaucia.
Gostou deste artigo? Então, saiba mais sobre os móveis para quartos infantis como oportunidade para o setor.