De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil é o quarto país com maior incidência de acidentes de trabalho. O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) busca sempre evitar ou minimizar essa incidência. No entanto, o uso desses equipamentos não se restringe às indústrias. Marcenarias também apresentam risco de acidentes e normas que precisam ser respeitadas. Por isso, o EPI na marcenaria é fundamental.
Definir quais são as normas a serem utilizadas exige uma análise ampla, conforme explica o diretor técnico da Loss Control, Fabio Gregório.
“O EPI na marcenaria tem a sua importância. Mas dentro de um contexto de proteção adicional, quando outros controles mais robustos não podem ser implementados. Outro ponto importante é que o EPI não evita o acidente, mas minimiza as consequências. Uma pessoa com uma luva pode se cortar, uma pessoa com proteção auricular pode ter perda auditiva. No entanto, para lidar com tais riscos de modo mais seguro, o EPI é muito importante”, destaca.
EPI na marcenaria: como aumentar a segurança nesse ambiente de trabalho?
Os riscos das operações de uma marcenaria são analisados mediante estudo das particularidades de cada atividade. É necessário verificar o tipo de equipamento, pessoal e procedimentos de operações.
“Atividades de marcenaria possuem equipamentos, máquinas e ferramentas que podem causar acidentes. Mesmo instalações externas podem apresentar perigos adicionais – como trabalhos em altura e equipamentos elétricos”, enfatiza Gregório.
Para o especialista, há sete EPIs fundamentais. São eles: óculos de proteção; protetores auditivos; luvas antiderrapantes ou de raspa de couro; máscara de proteção; calçados de segurança; aventais de raspa; e capacete. Para a operação de serra circular de bancada, recomenda-se um anteparo na lâmina para evitar contato.
Cabe ressaltar ainda que alguns equipamentos são previstos na NR-18 da Portaria 3214/78. A NR determina a obrigatoriedade de treinamento para todos os empregados de seu projeto em sua admissão e periodicamente. O objetivo é sempre garantir da execução de suas atividades com segurança.
Além da norma, de forma prática, é preciso realizar procedimentos de trabalho seguros. Esse procedimento são baseados em análises de risco que determinem o correto manuseio, seus controles e, se for o caso, o EPI mais indicado. É importante também investir em treinamentos para todos os funcionários. Assim, é possível que todos estejam cientes da importância de seguir as regras e os caminhos que a empresa quer tomar nesse sentido.
Envolvimento e preparo da equipe para o uso do EPI
Vale lembrar de que os equipamentos de proteção devem ser distribuídos gratuitamente pelos empregadores. Além disso, eles precisam estar em ótimo estado de conservação e funcionamento. Para que os marceneiros utilizem os EPIs corretamente, cabe à empresa contratante realizar palestras e momentos de orientação. Dessa forme, a empresa garante que os profissionais entendam o uso e a importância do dispositivo. É importante que todos estejam cientes dos riscos a que estão expostos durante o exercício da profissão.
Paralelamente a isso, é recomendável ainda o desenvolvimento de campanhas internas de prevenção de acidentes com foco nos riscos encontrados. Também é importante discutir com líderes os controles necessários e, quando for o caso, desenvolver e apoiar a atuação de uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
“O diferencial em todo o negócio são as pessoas. Elas são a chave para o sucesso de um programa de prevenção de acidentes. Portanto, lhes dê informações e as envolva”, conclui Fábio Gregório.
Como você lida com a questão do EPI na marcenaria? Quais ações de segurança de trabalho você adota em sua empresa? Compartilhe sua experiência nos comentários.