A partir de agora, trabalhar na indústria de móveis significa também estar inserido no conceito da Manufatura Avançada por meio de uma formação diferenciada. Isso porque o novo modelo tem como premissa básica a operação industrial realizada inteiramente por meio de máquinas, tornando o profissional mais um supervisor do trabalho do que um operador.
Essa mudança de perfil reduz, inclusive, erros, que, muitas vezes, seriam factíveis de acontecer em função das execuções dos processos. A partir da total implantação do conceito, são exigidas equipes multidisciplinares, com elevado nível de conhecimento técnico e com capacidade de interação com diferentes áreas de conhecimento.
Isso também levanta outras discussões: a de formações mais específicas dentro das universidades, com a criação de novos cursos técnicos que atendam a essa mudança tecnológica, além de uma reformulação nos cursos de engenharia, administração, entre outros já existentes, e a criação de cursos de gestão da produção multidisciplinar, com ênfase na Manufatura Avançada. Tudo isso é importante para adequar o profissional à nova tecnologia.
“Nessa nova indústria, o profissional precisa ter facilidade com softwares e computadores, mas não é necessário demitir todos os colaboradores que já estão contratados. Há indústrias na Europa que já adotaram esse modelo com operadores que passaram por reciclagens e atualizações. A empresa tem de fornecer uma capacitação para os funcionários que já estão lá dentro antes de contratar outros que entenda serem mais capacitados”, enfatiza Alessandro Agnoletti, gerente geral de vendas na América Latina da Homag.
Na área da formação, universidades já estão investindo para auxicliar nesse processo. “Estamos desenvolvendo pesquisas para dar suporte à indústria, tendo em vista que a Manufatura Avançada, ao mesmo tempo em que propõe uma redução de pessoas, requer, das que estarão atuando, uma maior capacitação”, salienta Anderson Luis Szeijka, coordenador da pós-graduação em Manufatura Avançada da PUCPR. Ele complementa ainda falando que “o profissional tem de trabalhar com tecnologia e ser antenado às mudanças tecnológicas para fazer essas implementações. Além da formação em engenharia mecânica, é fundamental ter uma especialização que possibilite programar essas tecnologias”, conclui.
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