Seguindo tendências mundiais, o setor brasileiro de energia passa por uma transição. Como a produção cada vez mais descarbonizada, descentralizada e digitalizada afeta a indústria?

Desde o surgimento da internet, a sociedade passa por uma transformação de grande extensão. A transformação digital alterou hábitos, costumes, valores e como nos comunicamos e consumimos. Fazer mais com menos recursos sempre foi uma prioridade para a indústria. Na era digital, esse conceito nunca foi tão presente.

As tendências que guiam o futuro do setor de energia envolvem a produção e o consumo de energia renovável. Além disso, investimentos em digitalização de redes elétricas de média e baixa tensão também ganham força. Automação e gerenciamento do consumo de indústrias, comércios e residências também afetam diretamente a produção moveleira. Mobilidade elétrica, novas tecnologias de armazenamento e geração de energia descentralizadas seguem despontando como tendências. Essa transformação energética foi sintetizada em 3Ds: Descarbonização, Digitalização e Descentralização.

Digitalização e geração distribuída

“A digitalização é basicamente isso. Parte de um movimento maior da sociedade, no caminho de um conhecimento compartilhado e uma economia colaborativa, alavancada por outras plataformas que estão surgindo na parte de sensoriamento”, disse Cyro Vicente Bocuzzi, CEO da ECOEE, consultoria focada em gerenciamento, tecnologia, sustentabilidade e uso eficiente da energia.

Cada vez mais a geração distribuída, em que o próprio consumidor produz sua própria energia, dá impulso para a descentralização. Ou seja, é cada vez mais próximo o cenário em que cada indústria invista em opções para gerar e consumir energia diretamente na fábrica. A micro e mini geração podem permitir que a energia tenha um fluxo diferente, saindo do tradicional usina-transmissão-distribuição. A massificação das baterias também pode acabar sendo uma aliada importante para o grito de independência do consumidor industrial da rede da distribuidora.

Descentralização e Descarbonização da energia

O avanço das renováveis no Brasil, que consolidou a fonte eólica e deve fazer o mesmo com a solar, confere para esta última o maior potencial de descentralização. “A tendência é a eólica centralizada e a solar distribuída, por causa das tecnologias e dos recursos energéticos”, disse Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Reginaldo Medeiros, presidente
executivo da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia, sugere
‘desacorrentar’ o consumidor das distribuidoras, para que ele possa de fato ter
acesso à descentralização, digitalização e descarbonização. “Se ele sair
das correntes da distribuidora, como é no mundo todo, a digitalização se dá
numa velocidade muito maior, porque ele passa a gerir sua vida
energética”, comentou.

Energy Week: oportunidades para
a indústria

Nos dias 28, 29 e 30 de maio, em São Paulo, consumidores e agentes da cadeia produtiva do setor elétrico terão a oportunidade de debater todos esses temas. É a oportunidade de discutir de que forma a indústria – um dos grandes players consumidores nesse cenário – encontrar opções que levem a uma eficiência energética cada vez maior. O Energy Week, realizado pela primeira vez pelo Grupo CanalEnergia|Informa Markets, vem com a proposta de ser o evento 3D do setor, conectando em um só lugar consumidores com o que mais inovador e tecnológico está se discutindo no setor de energia no Brasil. Inscreva-se e participe!