Em clima de COP30, a ForMóbile Digital tem dedicado muitas de suas pautas ao incentivo de medidas sustentáveis para as indústrias de móveis e madeira. Entre os temas abordados por aqui, destaque para a neutralização do carbono nas empresas com parque fabril, o que nada mais é do que a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O assunto da vez, portanto, é: quais são as matérias-primas ideais para este ganho no quesito saúde ambiental? Você pode conferir logo a seguir.
Descarbonização como requisito estratégico
Sabemos que a busca por soluções sustentáveis deixou de ser uma tendência no século 21. Na verdade, trata-se, hoje, de uma métrica, um requisito estratégico para a indústria moveleira.
No cenário atual, inclusive, a redução das emissões de carbono tem sido cada vez mais cobrada por consumidores, governos e investidores do respectivo mercado.
Segundo a Eccaplan, o assunto é necessário, pois diz respeito ao que é proveniente das operações diretas (consumo de energia e transporte) e indiretas (produção de matérias-primas, fabricação de produtos e transporte de mercadorias).
A escolha das matérias-primas ocupa um papel decisivo na construção de móveis mais sustentáveis e empresas competitivas.
Matérias-primas com menores emissões de CO2
Por exemplo, a madeira continua sendo o principal insumo do setor, no entanto, a sua origem faz toda a diferença quando o assunto é impacto ambiental. Ou seja, optar por madeira proveniente de reflorestamento e com certificações tende a garantir, além da preservação das florestas nativas, um manejo responsável que contribui consideravelmente para a captura de carbono (processo chamado de compensação) e a manutenção da natureza.
Outros produtos também podem ser melhor administrados para a redução das emissões de carbono. Na escolha de insumos, as empresas devem considerar suas necessidades e objetivos específicos. Os impactos sociais, ambientais e econômicos associados a cada material também devem ser considerados.
Painéis de madeira de baixo impacto
A produção de MDF e MDP evoluiu significativamente. E o melhor é que, agora, temos opções que utilizam uma menor quantidade de resinas à base de formaldeído e que incorporam fibras de madeira reciclada. A escolha por tal alternativa ajuda a reduzir a necessidade de matéria-prima virgem e, paralelamente, as emissões de CO2 durante o respectivo processo produtivo.
Outro ponto importante é com relação ao avanço da resinas livres de compostos voláteis. Elas ajudam a diminuir os impactos ambientais e a melhorar a qualidade do ar, principalmente em ambientes fechados.
Colas e acabamentos sustentáveis
Diversos produtos, como adesivos e vernizes, podem ser fontes importantes de poluição do ar. A boa notícia é que, atualmente, existem soluções à base de água e de fontes renováveis, que reduzem a pegada de carbono, enquanto mantêm a resistência e a durabilidade. Saiba que fazer essa substituição é fundamental, uma vez que os acabamentos representam uma fração significativa do impacto ambiental causado pela fabricação de móveis.
Materiais reciclados e alternativos
A reciclagem é sempre uma alternativa viável. O reaproveitamento de plásticos reciclados, metais e tecidos de origem sustentável, portanto, está cada vez mais presente na produção do setor moveleiro.
Isso porque, além de prolongar o ciclo de vida dos próprios materiais, ainda evita a extração de novos recursos naturais. Ou seja, essa estratégia reduz as emissões de carbono associadas tanto ao processamento das matérias-primas quanto ao transporte.
A saber, o uso de fibras naturais também tem destaque aqui. Entre elas, de bambu e cânhamo, os quais possuem crescimento rápido, exigem menos insumos agrícolas e sequestram o CO2 dispensado na natureza com efetividade. Mais uma vez, a compensação se mostrando como eficaz e possível no setor moveleiro.
“Quando compensam suas emissões, as organizações assumem a responsabilidade pelo impacto ambiental de suas operações. Além de demonstrarem um compromisso genuíno com a sustentabilidade”, completa a empresa.
Carbono além da matéria-prima
A escolha da matéria-prima, como vimos, é fundamental. Porém, é essencial garantir ainda a rastreabilidade em toda a cadeia produtiva de móveis. Para a Eccaplan, coletar dados relevantes para calcular as emissões de carbono de cada fonte é essencial. “Isso envolve o uso de registros de consumo de energia, quilometragem de veículos, dados de produção, entre outros”.
Ou seja, se houver transparência, será possível que as empresas do segmento meçam com clareza a pegada de carbono e comprovem ao seu público o compromisso real com a sustentabilidade e responsabilidade social rumo à descarbonização.
Saiba mais sobre os assuntos que serão tratados na COP30.
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