O ano de 2024 foi marcado pelo aumento de focos de incêndio florestais no Brasil e essa situação causou um alerta nacional sobre o perigo das queimadas e de suas consequências.

Para piorar esse cenário, o Instituto Sprinkler Brasil detectou que os incêndios estruturais em grandes, médios e pequenos empreendimentos também cresceram no país. Visto que, só no primeiro semestre do ano, os índices já haviam superado o mesmo período do ano anterior.

Incêndios em indústrias: por que acontecem?

As causas de um incêndio estrutural podem ser diversas, como falhas elétricas, uso inadequado de equipamentos, manuseio incorreto de materiais inflamáveis e até mesmo devido a erros humanos.

O especialista Pablo Ruan Zotti Brum, proprietário da Brumtec, empresa especializada na engenharia de incêndios, listou as causas que mais afetam as indústrias do setor moveleiro, são elas: 

  1. Falhas elétricas: curto-circuitos, sobrecargas e equipamentos elétricos defeituosos. A grande maioria dos princípios de incêndio é causada por falhas técnicas, por isso os empresários devem se atentar muito a essa questão;
  2. Equipamentos defeituosos: máquinas e equipamentos mal manejados ou com manutenção inadequada;
  3. Armazenamento inadequado: materiais inflamáveis armazenados de forma incorreta. Como tintas e colas, que podem facilmente gerar um incêndio de altas proporções;
  4. Atividades de soldagem e corte: faíscas geradas por processos de soldagem e corte são as causadoras de muitos incêndios em empresas moveleiras, especialmente em marcenarias;
  5. Chamas abertas: uso inadequado de cigarros, isqueiros ou outras chamas abertas;
  6. Falhas de sistemas de aquecimento e ventilação: sistemas HVAC mal conservados;
  7. Ignição espontânea: materiais como trapos impregnados de óleo, por exemplo, podem sofrer ignição espontânea.

5 medidas para prevenção de incêndios na indústria

Ainda segundo o especialista, para evitar esses acidentes é essencial adotar as seguintes medidas:

  1. Treinamento e conscientização: educar os funcionários sobre os procedimentos de prevenção de incêndios e realizar treinamentos regulares;
  2. Manutenção regular: realizar manutenções periódicas em equipamentos elétricos e sistemas de aquecimento;
  3. Armazenamento adequado: armazenar materiais inflamáveis de acordo com as normas de segurança;
  4. Uso correto de chamas abertas: proibir o uso de cigarros e isqueiros em áreas de risco;
  5. Instalação de sistemas de detecção de fumaça e alarmes de incêndio: manter esses sistemas em dia e realizar manutenções regulares.

Pablo também explica que, para desenvolver um plano de prevenção de incêndios, o primeiro passo é identificar os riscos de incêndio na indústria. E, em seguida, criar procedimentos de evacuação, designação de responsabilidades e instruções claras para a equipe.

Equipamentos e sistemas para combate a incêndios

“Nesse ponto, é crucial treinar todos os funcionários sobre os procedimentos de prevenção e resposta a incêndios”, reforça o proprietário da Brumtec. “Por fim, não esqueça de garantir que todos os equipamentos de combate a incêndio da sua empresa estejam em bom estado e com a  manutenção em dia”.

Segundo ele, manter sistemas de detecção de fumaça e alarmes de incêndio em bom funcionamento é essencial para garantir a segurança dos funcionários e a proteção da empresa. “Isso porque eles ajudam na detecção precoce de incêndios, permitindo uma resposta rápida e eficaz”, enfatiza.

“Ou seja, muitas vezes esses sistemas salvam vidas e propiciam um combate rápido e efetivo ao incêndio”, continua Pablo. “Já quando os sistemas de detecção e alarme de incêndio não estão com a manutenção em dia eles podem perder a sua credibilidade, principalmente se ocorrerem muitos alarmes falsos. Nesse caso, ninguém mais irá acreditar que é um princípio de incêndio quando o sistema atuar”, acrescenta o especialista.

Por fim, Pablo destaca que os principais sistemas de combate de incêndios que podem ser implementados em indústrias moveleiras são o sistema de sprinklers, que consiste na instalação de sprinklers automáticos que atuam na inibição do incêndio, a disponibilização de extintores de incêndio em locais estratégicos da empresa e a implementação de sistemas de supressão de incêndio por gases que realizam a contenção do fogo de forma rápida e eficiente.

“Esse último geralmente é utilizado em locais que não se pode combater o fogo com água, como CPD, museus, locais com rede elétrica de alta tensão e entre outros”, explica o empresário, acrescentando que todos os sistemas citados são eficazes e são investimentos que valem a pena. 

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