Quando você vê um mobiliário pronto, compondo ambientes, decorando espaços comerciais e incrementando residências, pode até pensar que o seu desenvolvimento consistiu em um desenho e num processo de montagem.
Porém, não é somente isso. Há muita estratégia por trás da fabricação de um móvel.
Designers tomam decisões técnicas, criativas e funcionais. Todas elas muito importantes e que compreendem a escolha de materiais, o uso de tecnologias, soluções viáveis ao consumidor, etc.
Para que você entenda melhor esse trabalho, a ForMóbile Digital apresenta os conceitos de alguns dos principais especialistas do mercado brasileiro. Leia o texto a seguir e conheça as abordagens de Bruno Faucs, Leonardo Bueno, Mila Rodrigues e Mauricio Lamosa.
Confira um pouco dos bastidores do universo moveleiro!
A escolha dos materiais e das melhores técnicas: como manter o equilíbrio?
Segundo Bruno Faucz, é preciso compreender profundamente todos os aspectos do processo de criação de um móvel. “Conhecer os recursos tecnológicos é algo fundamental para um designer, porque só assim é possível chegar a resultados factíveis de produção e comercialização”, afirma.
O designer exemplifica com a sua poltrona preferida, a “Poltrona VIP”, cuja escolha dos materiais e a escolha das técnicas fizeram muita diferença. No desenvolvimento, Bruno optou pela madeira como ponto central da estética junto com o metal nos pés finos. “Ambos trouxeram equilíbrio ao desenho”.
Além disso, segundo ele, o couro e o linho no estofamento foram escolhidos pela versatilidade e personalização.
Ou seja, o design de um móvel não é apenas um processo de criatividade, mas envolve muita técnica. “Quando há domínio técnico, podemos explorar melhor o processo e obter uma percepção de valor mais precisa sobre o produto.”
A leveza e o bruto: quando eles são complementares?
Para Leonardo Bueno é essencial conhecer as matérias-primas e os melhores métodos antes de fabricar um móvel. No seu catálogo, por exemplo, temos como referência a “Poltrona Eduardo”, que representa o estilo característico do designer: o bruto e a leveza se complementando.
Para se ter uma ideia, ele mistura materiais como aço e madeira para criar um móvel leve e, ao mesmo tempo, robusto. “Adoro mexer com madeira e aço porque consigo criar peças que passam a sensação de fragilidade, mas são extremamente resistentes”, diz.
Leonardo alerta sobre a importância de entender o processo de produção em sua totalidade como um dos segredos por trás da criação de um móvel. “Conhecer o que vai para a produção é essencial. Sem isso, a criação pode ser limitada, pois muitos designers fazem escolhas que não podem ser executadas pelas máquinas”.
Design com foco no mercado: como conquistar essa interação?
A designer Mila Rodrigues tem uma visão integrada do design, considerando tanto as necessidades do mercado quanto as possibilidades da indústria moveleira. Sua peça “Lazy Day”, uma espreguiçadeira projetada para uso ao ar livre, pode ser um exemplo claro para nós de como as necessidades do consumidor e as condições ambientais influenciam o design.
“Foi uma solicitação de um mercado que buscava mais peças para relaxamento e convívio coletivo ao ar livre”, conta Mila.
De acordo com a especialista, a criação da Lazy Day começou com a análise da ergonomia e do conforto. No entanto, a escolha dos materiais foi primordial também, uma vez que a peça deve ser resistente às intempéries.
“Optamos por alumínio, cordas e telas náuticas, que oferecem resistência e flexibilidade, mantendo a peça leve e fácil de manusear”, explica.
Conceito e prototipagem: quais são as tecnologias envolvidas?
Mauricio Lamosa tem uma abordagem detalhada e técnica no design de móveis. O exemplo desta vez é a “Linha Luisa”, composta por cadeiras, banquetas e poltronas.
“Nossa criação começa com rascunhos no papel manteiga. Depois, passamos para a modelagem em softwares, em que as medidas e proporções são ajustadas com precisão”, diz Mauricio.
Já a transição para a prototipagem envolve o uso de tecnologias industriais, como o corte e a usinagem robotizada da madeira. O especialista completa: “usamos programas industriais para garantir que os arquivos sejam enviados diretamente aos centros de usinagem, sem perder a essência do design”.
Para a respectiva linha, foi escolhida a madeira jequitibá. De acordo com o designer, ela é dura e garante a resistência da peça ao longo do tempo, sem comprometer a estética suave da estrutura.
Por trás de um móvel: o design vai muito além de uma forma
Neste conteúdo, podemos concluir que o que está por trás de um móvel é a perfeita combinação de arte e ciência. Cada peça é resultante de um profundo conhecimento sobre materiais, técnicas de produção e também a necessidades do mercado.
Bruno Faucz, Leonardo Bueno, Mila Rodrigues e Mauricio Lamosa mostraram que, para criar móveis, é necessário entendimento técnico e visão criativa.
Ou seja, é preciso levar em conta todos os aspectos da produção, desde a concepção até a escolha dos insumos. O verdadeiro valor de um móvel está no equilíbrio entre funcionalidade, estética e durabilidade. Essa máxima, porém, só é possível quando todos esses elementos são cuidadosamente considerados e integrados ao processo de design, conforme apresentado pelos nossos especialistas.
Continue acompanhando o conteúdo da ForMóbile Digital e entenda todos os conceitos que envolvem a produção de móveis. Aproveite para saber as novidades da próxima edição da ForMóbile – Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira – que acontecerá de 30 de junho a 03 de julho de 2026.