Toda empresa do setor moveleiro (e demais segmentos) que deseja obter um “passaporte” para o futuro deve investir no conceito carbono neutro.
Hoje, não se trata apenas de um diferencial, mas de mostrar ao público e mercado uma preocupação genuína com o planeta. Significa ter um equilíbrio entre os propósitos econômicos, sustentáveis e sociais.
Uma empresa que é carbono neutro assume compromissos importantes com relação a minimização das emissões de gases de efeito estufa (GEE), os quais são inevitáveis em todo processo de fabricação. Além de reduzir, é possível compensar os respectivos impactos.
Segundo especialistas da Eccaplan, a neutralização de carbono define que as empresas de manufatura reduzam ao máximo a emissão de CO2.
Para isso, mudanças imediatas são necessárias, inclusive, para atingir a meta definida pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) até 2050. “Isso não significa que as empresas terão emissão zero de carbono, mas que estas serão contrabalanceadas”.
Carbono neutro na prática
Na teoria, o carbono neutro visa a redução significativa (quase zero) das emissões de CO2. Na prática, as empresas devem concentrar suas estratégias em medidas fundamentais, como a medição do carbono que é liberado nas atividades produtivas e a redução desse índice com ações eficazes.
Entre elas, o uso de energias renováveis, matérias-primas sustentáveis, processos mais efetivos e ecologicamente corretos, entre outras.
O cálculo deve seguir metodologias reconhecidas internacionalmente, como as diretrizes IPCC. Além disso, é preciso compensar o que não puder ser minimizado.
Mas como? Com investimentos em ações para a retirada do carbono da atmosfera, o que compreende o próprio reflorestamento, a preservação de áreas verdes e o apoio a projetos em prol da energia limpa, como eólica e solar. Conforme explica a greentech Eccaplan, o objetivo é praticamente zerar o saldo das emissões. Se algo for lançado na natureza, é possível compensar.
Carbono neutro no setor moveleiro
No setor moveleiro, o desafio também é grande, mas não deixa de ser interessante, principalmente para quem atua nas indústrias.
Isso porque toda a cadeia de produção compreende a escolha de matérias-primas, do consumo de energia, dos processos de fabricação e também da logística. Qualquer uma dessas etapas provoca emissões de CO2, disparando um alerta para a necessidade de inovar.
A Eccaplan sugere algumas opções, neste sentido. “O crédito de carbono, por exemplo, é uma ferramenta criada para fornecer uma solução de livre mercado para a compensação do CO2. É um instrumento transacional, não tangível, que representa uma unidade de dióxido de carbono equivalente”.
O setor moveleiro pode ainda utilizar madeiras de reflorestamento certificadas, investir em maquinários próprios, reaproveitar resíduos, adotar fontes renováveis de energia e otimizar transportes. São caminhos viáveis para empresas que desejam reduzir a pegada ambiental e entrar para o grupo das marcas responsáveis eleitas pelo público.
Lembrando que a compensação também é importante para o segmento, com as medidas já citadas. Dessa forma, a indústria de móveis, além de neutralizar impactos, contribui ativamente para um meio ambiente mais saudável.
“Todas as atividades de compensação devem ser certificadas por órgãos reconhecidos internacionalmente, como o Verified Carbon Standard (VCS) ou o Gold Standard. Elas garantem que os projetos realmente proporcionam os benefícios ambientais prometidos.”
Vantagens de ser carbono neutro
Além de ajudar o planeta, o carbono neutro ajuda as empresas a atenderem as regulamentações e a agregarem valor ao negócio. Colabora também com relação às metodologias do Protocolo de Quioto, que deu início a ideia de neutralização de carbono, em 1997, sendo reforçadas pelo Acordo de Paris, em 2015.
Com tal posicionamento, é mais fácil conquistar a confiança do consumidor que, hoje, considera não somente a qualidade e estética dos produtos, mas também as atitudes das respectivas fabricantes. Clientes querem compromisso das marcas.
Ou seja, o movimento em direção ao carbono neutro não é apenas uma exigência ambiental. Trata-se de uma oportunidade estratégica e de mercado, inclusive para as indústrias moveleiras, as quais podem transformar seus processos, inovar em materiais e, principalmente, mostrar compromisso com a qualidade, o design e a responsabilidade com o futuro.
Ainda no tópico de emissões de carbono, saiba mais sobre a COP30 e sua relação com o setor moveleiro.