Nem só de moda se vive o vintage. Esse estilo vem conquistando também o segmento de móveis e decoração.
E essa popularidade não está acontecendo à toa. Pelo menos, é o que explica Augusto di Carpi, mestre restaurador do Ateliê do Restaurador: “uma decoração vintage é aquela que nos remete a nossa memória de infância mais agradável, das tardes ou finais de semana nas casas de avós, por exemplo”.
Para Augusto, a decoração vintage se consolidou como uma boa opção de decoração, pois os desenhos utilizados continuam sendo atuais, leves e funcionais, mesmo com suas características antigas.
Decoração vintage: o que é?
A decoração vintage leva os ambientes às épocas de 1920 a 1960. Os itens utilizados são de fato antigos, sendo alguns restaurados, mas com o design original.
Isso se aplica tanto a mobiliários quanto a peças decorativas. De acordo com o mestre restaurador, “no que tange ao mobiliário, em sua maioria, as peças são fabricadas em madeira maciça de boa qualidade, sendo as partes planas em madeira sobreplacada, folheadas e, principalmente, em Caviúna ou Jacarandá”.
E completa “o uso de pés delicados, os conhecidos pés palitos, muito utilizados na época de 20 a 60, se tornaram marca registrada da decoração vintage”.
A decoração vintage é uma ótima opção, uma vez que permite a mistura de diferentes estilos num mesmo projeto.
E o que o torna tão especial é justamente a ligação com o passado, já que os móveis e objetos usados configuram autenticidade ao ambiente e memórias valiosas aos usuários do local.
Lembrando que apenas um item original pode ser chamado de vintage. Quando se trata de uma releitura, a peça é chamada de retrô.
Neste caso, Augusto dá uma dica importante: “é preciso tomar certos cuidados para não ser ludibriado na hora da compra de uma peça dita como vintage. É ideal que a pessoa adquira o móvel ou objeto em uma loja de confiança, cuja certificação de autenticidade seja possível e a restauração de qualidade”.
Para ele, é essencial que o marceneiro informe ao comprador alguns pareceres sobre a peça, entre eles, encaixes característicos, metais utilizados, bem como acabamento, madeiramento, ferramentas construtivas da peça, acabamento, entre outros indicativos de longevidade de cada produto em particular.
Mercado de móveis vintage
A boa notícia é que a moda da decoração vintage trouxe também um nicho de mercado e ótimas oportunidades aos marceneiros. Isso porque a demanda pelo respectivo estilo aumentou a procura por restauração e reforma de móveis antigos – uma oportunidade aos profissionais do setor.
A propósito, uma das principais características do mobiliário vintage é que ele é feito de maneira artesanal, apresenta mais qualidade, melhor acabamento e durabilidade.
Neste sentido, é imprescindível a contratação de um especialista. Diferentemente do que acontece com os móveis convencionais, fabricados em linhas de produção.
Assim, o respectivo negócio tem potencial e pode ser uma saída para empreendedores, artesãos e marceneiros. Além de fazer bem para as pessoas, com a conquista do ambiente desejado, o profissional restaurador ganha lucratividade e pratica a sustentabilidade, uma vez que o móvel passa a ser reutilizado e não descartado.
A decoração vintage, por sua vez, acaba por conscientizar a sociedade sobre o valor dos móveis antigos e não permite que o acervo histórico de um país vá para o lixo. São móveis com história, de valor único.
Já a restauração permite que a peça que seria descartada seja recuperada e ganhe vida novamente, sendo objeto de decoração em um ambiente especial.
E o mercado de marcenaria cresce neste sentido porque o mobiliário antigo é feito com madeira maciça, o que promete durar por mais algumas décadas em comparação até com materiais modernos, por exemplo.
Como acontece a restauração de móveis?
A restauração de um móvel para completar a decoração vintage de um ambiente envolve alguns ajustes para que a respectiva peça seja renovada, mas continue apresentando sua originalidade.
Duas técnicas garantem que o mobiliário tenha vida útil por mais alguns anos.
A primeira significa respeitar fielmente as características da peça e apenas restaurar o que foi desgastado com o tempo. Essa técnica traz originalidade à peça e garante respeito a sua história.
A segunda, por sua vez, permite uma renovação no móvel, de modo que um item clássico, por exemplo, seja adaptado ao tempo atual e modernizado esteticamente.
Nessa modalidade é possível aplicar diferentes acabamentos, utilizando novas texturas e até mesmo empregando novas funções à peça, para espaços criativos.
Por que apostar na restauração como negócio?
Segundo informações divulgadas pelo Sebrae, um móvel restaurado custa cerca de 30% menos do que um novo, o qual não tem a mesma característica de estilo e originalidade. Uma peça antiga contém história e qualidade, com o poder de mudar ambientes. Essa característica atinge positivamente a economia também.
Outra coisa, a restauração é um mercado pouco explorado na marcenaria, principalmente, porque exige conhecimento técnico do respectivo profissional.
Logo, existe bastante espaço. O trabalho é minucioso e demanda habilidade. O retorno, contudo, é garantido e satisfatório.
Tratando da restauração de móveis e da sustentabilidade, aproveite e conheça o que é upcycling.