O couro é um material produzido a partir da pele de animais curtida. Considerado um item nobre, acolhedor e sofisticado, ele pode ser utilizado na confecção de sofás, poltronas, cadeiras, bancos, pufes e recamiers, agregando valor às peças.

Além disso, esse material também é valorizado por aumentar a durabilidade e a resistência das peças, sem contar que sua limpeza é mais fácil.

No entanto, para que o couro ofereça todas essas vantagens é preciso saber utilizá-lo e escolher bem onde aplicá-lo.

Couro no mobiliário

“Uma das grandes vantagens da utilização do couro em móveis é que ele é durável. Enquanto um tecido pode durar entre dois e quatro anos, dependendo da sua confecção, um estofamento em couro pode durar de 10 a 12 anos”, explica José Júlio, diretor da Italian Leather Couros.

“Sem contar com a questão da higiene. Por ser um material que não atrai ácaros e fungos, ele é uma opção mais saudável para pessoas com problemas alérgicos ou respiratórios”, acrescenta. Porém, o especialista alerta: a durabilidade desse material está diretamente ligada a forma como ele é utilizado e aos cuidados com a sua limpeza. 

Ainda segundo ele, é preciso se atentar aos móveis onde se aplica o couro, isso porque, ele não é indicado para qualquer peça. “Por exemplo, não é ideal aplicar esse material em um sofá de sala de televisão que será muito utilizado. Nesse caso, a melhor alternativa é optar por um tecido. E, se houver a necessidade de aplicar o couro, as melhores opções para uma peça como essa são a camurça ou um couro sem acabamento em verniz”, pontua o diretor. 

“Outro exemplo é se você tem um ambiente que tem muito trânsito de pessoas, como uma clínica ou sala de recepção. Nesses ambientes nunca indicamos móveis confeccionados com couro porque a sua manutenção é mais difícil”, continua Júlio.

“É sempre muito importante, na hora de desenvolver um móvel, saber onde e como ele será utilizado para só então decidir se o couro poderá ser aplicado e qual tipo de couro usar.”

Júlio também enfatiza que o couro é um material que exige cuidados específicos na hora de ser usado em confecções e, por esse motivo, não é qualquer profissional que deve se arriscar a trabalhar com ele.

“Existem profissionais que não tem máquinas adequadas para esse material e acabam utilizando máquinas de costura de tecido, estragando o material”, observa o diretor, destacando que, além de saber trabalhar com o couro é preciso ter o maquinário apropriado. 

Outra orientação de Júlio é que, para uma melhor conservação do couro, sua limpeza deve ser feita com pano úmido, com um pouquinho de detergente neutro, de forma uniforme e com movimentos circulares.

“Tem muita gente que não sabe disso e usa materiais abrasivos que acabam tirando o verniz de proteção das peles e estragando o couro”, alerta o diretor. “E o maior problema disso é que, a partir do momento que você retira a camada de verniz, que justamente é o que dá proteção ao couro, você começa a tirar o pigmento dele fazendo com que o material perca a cor”, continua.

“Outra dica importante é nunca deixar o couro em constante incidência direta do sol porque isso também vai fazer ele perder a cor, ressecar e criar rachaduras prematuras, diminuindo sua vida útil”, acrescenta Júlio.

Couro legítimo X Couro sintético 

A principal diferença entre um couro legítimo e um couro sintético está justamente no material utilizado em sua confecção: enquanto o primeiro é feito da pele de animais, o segundo é feito de plástico.

Nesse ponto, o especialista explica que o couro sintético é, muitas vezes, erroneamente chamado de couro ecológico, induzindo a ideia de que ele seja mais sustentável do que o couro legítimo, no entanto, isso não é verdade. 

“O couro sintético é feito de polímero e plástico, ou seja, não é porque ele não é feito da pele de animais que ele não é altamente poluente. Além disso, sua durabilidade é muito menor (ele descasca em menos de dois anos), então ele não só deixa de respeitar o meio ambiente como acaba sendo descartado mais rápido”, pontua Júlio. “Outra desvantagem do couro sintético é que as peças feitas com ele acabam sendo mais quentes, o que não acontece com o couro legítimo que possui um tecido por trás de seu acabamento externo”.

“Dessa forma, a única situação em que indico o uso de couro sintético é em móveis onde as pessoas se sentem molhadas ou onde pega chuva, isso porque o couro legítimo não suporta estar em constante contato com a água, se degradando muito mais rápido”, finaliza o diretor.

Agora que você conheceu as aplicações do couro na fabricação de móveis, aproveite para conhecer os tipos de espuma.