A moda e o design de interiores estão intimamente relacionados, isso porque historicamente ambos se inspiram mutuamente. É por isso que a atenção às tendências de moda pode ser muito importante para o mundo do mobiliário e da decoração.
Afinal, estar atento a essas tendências pode enriquecer a criatividade dos designers, permitindo que eles ofereçam propostas vanguardistas.
Além disso, as cores, estampas e padrões da moda podem ser usados em objetos decorativos, como almofadas, tapetes e cortinas. E essa é a maior prova de que a moda não se limita apenas ao vestuário, ela influencia diretamente a forma como as pessoas decoram suas casas e escolhem os produtos de cama, mesa e banho.
Para se aprofundar nesse assunto é preciso começar entendendo o que é tendência. Ao subir no Palco ForMóbile, a designer de interiores e consultora de estilo Catharine Malfatti usou uma citação do pesquisador Philip Kotler para explicar esse conceito: “tendência é uma direção ou sequência de eventos que ocorre em algum momento e promete durabilidade”, afirmou o pai do marketing.
Nesse sentido, é preciso estar atento a tudo o que se repete ao nosso redor para conseguir identificar as tendências no momento e aplicá-las da melhor forma.
Mas, afinal, como mapear tendências?
De acordo com Catharine, a melhor forma de mapear tendências é acompanhar sites especializados nesse assunto, como o WGSN, o Cool Hunting e o Global Influencers.
“Outra boa dica é utilizar o Google trends e visitar periodicamente sites de design, arquitetura e moda nacionais e internacionais”, aconselha a designer. “Também é importante assistir a séries e filmes, isso porque esses conteúdos refletem o que está acontecendo na sociedade”, observa a palestrante, acrescentando que visitar museus e exposições também é imprescindível para quem deseja mapear o que está em alta.
“E não esqueça de olhar a rua, caminhe olhando a sua volta e observe tudo ao seu redor”, acrescenta a designer.
“Precisamos nos perguntar ‘o que está acontecendo?’, precisamos saber o que está sendo feito a nossa volta, é por isso que não podemos deixar de estar atentos”, enfatiza Catharine. “Observe o que se destaca e o que se repete, se atente a designs e peças que estão tendo mais repercussão e, principalmente, escute o que seu cliente deseja”, continua a designer, destacando que dentro de todo esse cenário é preciso identificar o que é de fato aplicável.
Como aplicar cores, materialidades, formas e conceitos?
Depois de reconhecer uma nova tendência, chega a parte mais desafiadora: tirar ela do mundo das ideias e torná-la aplicável. Mas qual é a melhor maneira de fazer isso?
No caso das cores, Catharine indica que, após identificar que um tom está em alta é preciso construir motivos para apresentá-lo aos clientes, uma opção é especificar as cores em pequenos móveis ou objetos. Já quando o assunto é materialidade a designer indica o desenho de objetos e móveis com diferentes matérias-primas.
“É preciso trazer essas materialidades para o projeto de forma criativa. As diferentes texturas, por exemplo, são interessantes para olhar para o toque”, explica Catharine.
Em relação a forma, a designer indica a busca por tecnologias para a fabricação de móveis de forma curva e a projeção de ambientes que tenham pontos orgânicos. “A forma orgânica já nos mostrou que veio para ficar”, enfatiza a especialista, acrescentando que, nesse ponto, os designers não podem esquecer de manter o equilíbrio entre forma e função.
E quando o tópico é conceito, a melhor forma de aplicá-lo segundo Catharine é buscando na própria história dos clientes elementos de reconexão. “Também é importante pensar em ambientes de descompressão e fazer projetos com tecnologias que facilitam cada vez mais o cotidiano e permitem que as pessoas tenham tempo”, pontua.
Por fim, a designer afirma que para fazer a diferença e se destacar no setor é preciso ter coragem. “Precisamos ter coragem para propor novas ideias, para fazer projetos diferentes, utilizar cores diferentes e buscar novas parcerias”, enfatiza.
“É isso que faz um designer se destacar no mercado. A coragem de fazer diferente é o que traz inovação para o setor”, finaliza Catharine.
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