Definir o preço de um produto pode ser uma tarefa bastante complexa, especialmente para quem, muitas vezes, não tem noção sobre como fazer a administração correta de seu negócio, levando em consideração a margem de lucro e os custos de produção. No caso da precificação de projetos de marcenaria, por exemplo, existem dois lados a serem analisados: o primeiro é o mercado, ou seja, quanto o cliente está disposto a pagar, o valor agregado do móvel produzido, entre outros critérios. Já o segundo é o empresarial – quanto a marcenaria deve cobrar para obter lucro e não acabar “pagando para trabalhar”.
Em outras palavras, o preço do produto deve ser suficiente para gerar renda para quem faz sua produção e comercialização, mas também a ponto de estimular a sua compra. Sidneia Teixeira, proprietária d’A Marcenaria, do Rio Grande do Sul, explica que a precificação deve ser justa.
“Estamos passando por uma época de crise que envolve todos os setores da economia – e com o setor moveleiro não é diferente. Temos que ter consciência de que todos os produtos sofrem variações de preços muito rapidamente e precisamos encontrar aquele ‘meio termo’ que não assuste o cliente, supra todos os custos e não fique muito acima do concorrente”, analisa.
É preciso saber quanto que se gasta para manter a marcenaria em funcionamento, pois o grande risco ao adotar uma política de preços baixos é ter um faturamento insuficiente para cobrir as despesas. E por despesas, entendemos todos os custos envolvidos na atividade, desde o combustível até os impostos pagos, passando pela folha de pagamento e o material usado para a confecção das peças.
Como precificar projetos de marcenaria?
“Para se precificar projetos de marcenaria de modo competitivo e com lucros, devemos, por premissa, saber todos os custos de todos os insumos, os custos de funcionamento da empresa marceneira, como luz, aluguel, funcionários, impostos, etc., para, depois, saber o real custo do produto. Em cima desse valor de custo é que colocaremos a margem de lucro escolhida para saber o preço inicial de venda. Feito isso, é hora de saber se os concorrentes praticam valores semelhantes e com a mesma qualidade ou até superior. Dessa forma, podemos saber se nossa margem de lucro pode ser aumentada ou se precisaremos fazer alguns ajustes para diminuir os custos e, assim, vamos nos ajustando ao mercado e, ao mesmo tempo, conquistando o cliente”, afirma Sidneia.
Mas antes de se preocupar em ter lucro, é preciso evitar os prejuízos e, para isso, algumas rotinas são necessárias, conforme aponta a empresária.
- Saber sistematicamente o valor de cada insumo e despesa realizada;
- Ter sempre o melhor plano de corte (para evitar desperdícios desnecessários de materiais);
- Usar insumos de qualidade para evitar insatisfação do cliente com futuros consertos, quebras, etc.
“E nunca, nunca mesmo, cobrar valores abaixo do próprio custo do produto”, enfatiza .
Dicas na hora de precificar projetos de marcenaria
A profissional também lista algumas dicas na hora de precificar projetos de marcenaria para evitar prejuízos e com um preço justo.
“A principal dica que podemos dar é: negocie com o seu fornecedor, com seu vendedor. Materiais que são muito usados (chapas brancas, parafusos, corrediças, por exemplo), têm um preço muito melhor se comprado em maior quantidade. Além disso, negociar com seu cliente, apresentando a ele opções acessíveis (ex.: cliente com móvel no qual serão usados dois padrões de cores, apresente variações como branco x cor ou somente branco) também é uma forma de fazer uma precificação justa. E nunca queira enriquecer com apenas um trabalho, todos padecem com a crise, o fornecedor, o fabricante e o cliente. Se todos formos justos, todos nós ganhamos”, finaliza Sidneia.
Você está pronto para precificar os projetos da sua marcenaria corretamente? Tem alguma outra dica ou experiência para compartilhar? Deixe sua mensagem no campo de comentários abaixo e até a próxima!