Empreender não é uma tarefa simples. Existem muitos desafios a serem superados, como a concorrência, a inadimplência, o relacionamento com fornecedores, com colaboradores etc.
Contudo, muitos empreendedores criam uma dificuldade a mais para os seus negócios: a ausência de planejamento — e é por isso que decidimos falar sobre plano de negócios para marcenaria.
Um estudo do Sebrae aponta a falta de planejamento como uma das razões mais comuns para o fechamento de empresas nos primeiros anos. 46% dos entrevistados disseram não conhecer informações básicas sobre o mercado, como o volume de clientes esperados.
No entanto, se você acha que essa falta de cuidado é exclusividade dos empresários brasileiros, saiba que não é assim.
Um levantamento feito pela 10stepmarketing revela que cerca de metade dos empresários estadunidenses também ignoram o plano de negócios — e, assim como no Brasil, o resultado é a falência.
Para evitar que a sua empresa entre para as estatísticas, vamos entender o que deve constar em um plano de negócios para marcenaria?
1. Levantamento sobre o mercado de móveis é fundamental
O plano de negócios para marcenaria é um estudo mercadológico. Então, se estamos falando de marcenaria, precisamos entender como está a venda de móveis na sua região.
Um bom primeiro passo é buscar informações em revistas e sites jornalísticos especializados no setor moveleiro, assim como comentários de consultores e outros especialistas do mercado.
Entidades do setor, como sindicatos e associações, também costumam divulgar informações relevantes. Fique de olho em levantamentos feitos pelo Sebrae, IBGE, Fecomércio etc.
Ah! Não deixe de visitar as feiras moveleiras. Elas são ótimos locais para conhecer gente que já atua no mercado e podem lhe ajudar a entender o momento da indústria moveleira — então, coloque a ForMóbile na sua agenda e na sua lista de canais para pesquisa.
O objetivo de entender o mercado é ajustar a sua proposta de negócios. Por exemplo: você pode descobrir que a sua ideia de fazer móveis de luxo na sua cidade não se sustenta, pois o público do município não tem o perfil financeiro para esse tipo de compra.
2. Não existe plano de negócios para marcenaria sem análise de concorrência
A análise de concorrência estuda o comportamento de dois grupos de concorrentes: os diretos e os indiretos. De acordo com a sua região e proposta de negócios, esse conceito pode se alterar um pouco.
Vamos a um exemplo: a marcenaria do João fica na cidade de Curitiba, na zona Sul. Seus concorrentes diretos são aqueles que disputam a mesma fatia do mercado em que ele atua: pessoas adultas, que moram em Curitiba, que querem comprar móveis e que tenham renda familiar de R$ 6 mil.
Logo, a varejista do Pedro é uma concorrente indireta, pois ela atua na mesma região, mas foca apenas em móveis infantis para pessoas que ganham até R$ 4,5 mil.
A análise de concorrência revela como outras empresas se comportam, como divulgam seus produtos, os preços que cobram, como atendem, seus fornecedores etc.
Esse estudo pode lhe ajudar a precificar e posicionar melhor a sua marcenaria, mesmo em um mercado que você identificou como muito competitivo.
3. Não esqueça do plano de marketing
O plano de marketing é um capítulo importantíssimo do seu plano de negócios para marcenaria. Nele, o marceneiro explicará quais serão as suas estratégias de venda.
Isso inclui os canais de divulgação dos produtos, como será o atendimento, qual o ticket médio de vendas esperado e qual é o ticket ideal para manter a empresa saudável etc.
O plano de marketing precisa ser realista. Por mais que fosse incrível anunciar os produtos da sua marcenaria no intervalo da novela, isso exigiria um investimento milionário.
Então, levante os custos das estratégias necessárias para divulgar a sua marca e trace um plano adequado à sua marcenaria.
O plano de marketing ainda deve incluir aspectos como a escolha do ponto comercial, justificando a decisão. E não esqueça das comunicações via redes sociais!
4. Faça o estudo de viabilidade financeira
O plano de negócios para marcenaria ainda precisa trazer um estudo sobre a viabilidade do negócio. Empreender é investir em uma ideia. Logo, é esperado algum retorno após um tempo.
Nos primeiros meses, o empreendedor pode não ter lucro, mas esse cenário não deve se estender.
No estudo de viabilidade financeira devem constar os valores dos aportes iniciais, o nome dos sócios, custo com matéria-prima, o custo com equipamentos, mão de obra, impostos etc.
Além disso, devem estar as projeções de preços para os produtos e serviços que serão oferecidos. Também é importante levantar as linhas de crédito empresariais existentes, para já ter uma ideia do custo do crédito, caso precise.
Não se esqueça de incluir aqui como será feito o pagamento dos sócios. Eles podem receber um pró-labore, caso trabalhem na marcenaria, ou uma participação nos lucros, caso sejam apenas investidores, por exemplo.
Para esse capítulo, você deve contar com a ajuda de um contador ou de um administrador de empresas, por exemplo.
5. O plano de negócios da marcenaria pode ajudá-lo a conseguir capital
O marceneiro não pode escrever o plano de negócios para si. Trata-se de um estudo que serve para que outra pessoa entenda a sua ideia de negócio e a viabilidade dela.
Não tem problema se esse documento apontar desafios. Alguns mercados são mesmo mais competitivos. Explicar isso no plano de negócios ajuda a dar credibilidade ao estudo, fazendo com que as pessoas se sintam mais seguras em investir.
Além disso, o plano de negócios costuma ser exigido pelos bancos na hora de avaliar um empréstimo empresarial. Logicamente, se o estudo estiver incompleto ou com informações erradas, as chances de obter o financiamento é menor.
Na marcenaria, as linhas de crédito podem ser usadas para muitas coisas, como a compra de máquinas ou até o fluxo de caixa.
Como vimos, o plano de negócios para marcenaria não pode ser ignorado, uma vez que ele tem tudo para ajudar o marceneiro a fazer reflexões importantes sobre o seu empreendimento!
Conheça também os cuidados na fabricação de móveis com MDP em nosso e-book exclusivo!