O cuidado com as ferramentas de uma marcenaria é essencial, afinal de contas, esses itens fazem parte dos investimentos que o marceneiro teve que fazer para montar sua oficina. Sendo assim, dominar as técnicas de afiação de ferramentas é muito importante.
Falhas durante o processo de afiação podem danificar as ferramentas, impedir que elas sejam usadas em todo o seu potencial, prejudicar a rentabilidade do marceneiro e até causar prejuízos nas peças que serão trabalhadas.
Então, vamos entender o que diz a teoria sobre o tema, dando dicas práticas que vão ajudá-lo a melhorar seu processo de afiação de ferramentas.
Por que a afiação de ferramentas é necessária?
Quando uma ferramenta chega até nós, ela já está afiada. Isso porque a afiação é o último processo pelo qual a peça passa durante a sua fabricação.
Contudo, o uso das ferramentas faz com que exista um desgaste, obrigando o usuário a fazer a afiação. Isso é causado pelas características dos materiais e pela intensidade do uso. Em alguns casos, pelo uso inadequado.
A afiação de ferramentas é um processo de manutenção. Em grandes empresas existe um setor específico para fazer a afiação.
O sinal mais óbvio que a ferramenta precisa ser afiada é a queda da sua capacidade produtiva. Fica mais difícil trabalhar com a ferramenta, sendo que, em alguns casos, é preciso usar mais força.
No entanto, esse não é o único sinal. O aquecimento e as falhas no acabamento são outros sintomas de uma ferramenta que precisa ser afiada.
Afiar ferramentas também está dentro do conceito de “manutenção preventiva”, muito usado nas indústrias. Trata-se de fazer sempre manutenções simples nos equipamentos, com o objetivo de evitar um dano mais sério.
Dessa forma, evita-se grandes prejuízos financeiros, como precisar comprar ferramentas novas ou não conseguir trabalhar pela falta de uma ferramenta específica.
Se a sua marcenaria quer se destacar no mercado, é importante que ela tenha esse tipo de cuidado.
Como afiar as ferramentas monocortantes manualmente?
Quando o assunto é afiação, podemos dividir as ferramentas de cortes em dois grupos: monocortantes e policortantes.
A afiação das ferramentas monocortantes (plainas, tornos etc.) pode ser feita com a ajuda de máquinas ou manualmente.
Se o marceneiro optar pela afiação manual, ele deve se atentar a um detalhe: a base usada para a afiação deve ser completamente lisa.
O ângulo de afiação pode variar de 25º a 30º. A angulação será extremamente importante, caso a sua lâmina tenha perdido o ângulo original.
A lâmina deve ficar posicionada de forma que fique extremamente esquadrada na base.
Se a sua lâmina não tiver nenhum defeito, você pode fazer a afiação usando uma lixa d’água 180. A granulação da lixa d’água pode variar de acordo com os danos da lâmina.
Ao aparecerem as rebarbas, durante o processo de afiação, você deverá trocar a lixa por uma mais fina.
Como cuidar de uma serra circular?
As serras são ferramentas um pouco mais complexas quando o assunto é a afiação. É preciso conhecer os cálculos da altura do dente e do passo — distância de um dente para o outro.
Essas informações podem ser consultadas junto ao fabricante, no manual ou site da marca, assim como o material do equipamento, que também é relevante quando o assunto é afiação. A afiação das serras circulares pede o uso de máquinas, como um esmeril.
No caso das serras, a manutenção preventiva é essencial para garantir que a afiação seja feita apenas como ação de proteção do equipamento.
Sendo assim, sempre tenha cuidados básicos, como o uso de travadeiras nas serras, a afiação contínua para evitar que pequenos desgastes causados pelo uso danifiquem o equipamento e, claro, lubrificação e limpeza constantes.
Agora que você entendeu pouco mais sobre afiação de ferramentas, lembre-se que cada profissional tem uma dica sobre o tema. Por isso, é interessante conversar com colegas marceneiros para entender como cada pessoa cuida das suas ferramentas.
O que você não pode é ignorar o processo de afiação de ferramentas. Ao ser negligenciado, ele se torna mais difícil, pois o objeto vai atingindo graus mais altos de degradação.
Na edição mais recente da ForMóbile tivemos duas demonstrações interessantíssimas. Uma sobre afiação manual de plainas e a outra sobre serras circulares.
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