Todo projeto de arquitetura comercial guarda particularidades em relação ao residencial. Os elementos no mobiliário têm de dar suporte para as lojas contarem suas próprias histórias e valores de forma atraente ao consumidor. Claro, que tudo de maneira bem pensada, dentro da estratégia de marca. Para aprofundar o tema, Juliana Neves, arquiteta na Kube Arquitetura, apresentou conceitos e deu uma série de exemplos na live de encerramento da ForMóbile Xperience 2020.
Como ponto de partida, vale esclarecer o tripé das lojas de varejo no que se refere a projeto arquitetônico. É preciso ser modular, flexível e autoportante.
- Modular para ser facilmente adaptável a um novo ponto ou formato de loja. “Pense em criar peças que se encaixam com facilidade em agrupações diferentes de acordo com a demanda do lugar em que estão inseridas”, recomenda Juliana.
- Flexível para aproveitar uma boa variabilidade de usos para que o mix de produtos possa ser ajustado conforme demandas de mercado. “Seu cliente começa com um produto e, depois, pode incorporar outros. Se o mobiliário é rígido vai haver dificuldade para incorporar as novidades.”
- Autoportante para minimizar as necessidades de obra e sustentações nas paredes, possibilitando mudanças no layout. “Dessa maneira, os móveis podem ser transportados com facilidade para outras lojas e espaços.”
Posto isso, chega o momento de entender o novo papel da loja. Para a arquiteta, esse espaço físico deve ser palco de experiências multissensoriais, como uma mídia imersiva que nenhuma venda online, por mais prazerosa que seja, jamais irá se equiparar.
Cabe ao arquiteto, diante disso, ajudar o cliente ser relevante. Um norte para isso é atender aos três pilares do novo papel das lojas físicas de varejo.
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Transparência
Nas relações com o consumidor, com os fornecedores, com os funcionários e com a comunidade. Além de ser transparente com os meios de produção e com o propósito da marca.
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Conveniência
Pensar em maneiras de mesclar serviços, produtos e exposição, além de oferecer peças exclusivas e criadas por meio de colaboração. Ter curadoria apurada também é parte desse pilar. “A nova loja física tem curadoria de produtos com base no que é mais vendido naquela região através e-commerce. Isso muda estratégias de marca e a arquitetura da loja.”
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Experiência
É preciso ensinar o cliente a comprar, a usar e a manter o produto. A partir dessa ideia, um leque de oportunidades se abre para a criação de espaços dentro de uma loja, transformando o local em um hub de comunidade. Imagine o quanto a arquitetura pode contribuir para alcançar esse patamar?
Juliana Neves apresentou muitos exemplos da aplicação desses conceitos por meio de imagens. Para conferir tudo, acesse a ForMóbile Xperience.